Programa
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos Aliados, houve por parte de alguns países ocupados pelos nazistas a tentativa de se eximir de quaisquer responsabilidades pelas atrocidades cometidas. A narrativa oficial passou a valorizar, assim, a resistência e a invisibilizar a parcela da população colaboracionista.
Da mesma forma, a Alemanha do pós-guerra precisou convencer o mundo de que havia rompido definitivamente com seu passado nazista e adentrado uma nova era de democracia e respeito aos Direitos Humanos. Este ciclo problematizará tais narrativas.
9/3 - O mito da Resistência francesa
Desde a libertação da França, em 1944, os franceses deram início à construção da memória segundo a qual, eles teriam resistido, desde 1940, à ocupação na parte norte e na costa atlântica e ao Estado colaborador de Vichy, na parte sul. O próprio General De Gaulle, que recusara o armistício de 1940 e, a partir de Londres, procurou articular as forças resistentes, no interior da França e junto aos países Aliados, alimentou essa versão. No início da década de 1970, contudo, o mito da Resistência francesa começou a ser desconstruído, revelando uma história bem mais complexa acerca dos comportamentos sociais sob os anos de ocupação e de Vichy. A conferência pretende, a partir da análise da história e da historiografia a respeito do tema, discutir as motivações de uma construção de memória - o mito da Resistência - a contrapelo da realidade histórica.
Com Denise Rollemberg.
12/3 - O mito da desnazificação alemã e da reparação
Depois da catástrofe nazista, a Alemanha teve que lidar com as múltiplas consequências jurídicas, econômicas, políticas e sociais legadas pelo Terceiro Reich. Ao mesmo tempo em que precisava enfrentar esse imenso fardo do passado recente, tinha que reconstruir tanto a infraestrutura do país como sua administração. Nesse processo, que será examinado, a Alemanha Ocidental, malgrado seu compromisso com a democracia e com a reconciliação, manteve ex-nazistas em sua administração e julgou poucos criminosos de guerra, o que indica uma desnazificação de abrangência limitada, coerente com o fato de que a maior parte da população alemã havia participado, por ação ou omissão, daquele regime genocida. Por outro lado, cerca de meio milhão de ciganos foram exterminados pela Alemanha nazista e colaboracionistas, e muitos outros foram esterilizados e torturados. Apesar da tragédia, a história da política de reconhecimento e reparação pelas injustiças e atrocidades em relação aos ciganos foi durante muitas décadas de discriminação e negação.
Com Marcos Guterman e Marcos Toyansk.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
(Artre: Domínio Público)
Palestrantes