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O sagrado como arte afro-brasileira: gênese estética e reencarnações poéticas
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Programa
Se é verdade que não há consenso sobre o que seja arte afro-brasileira, parece haver concordância quanto à relação original desta forma de expressão artística com o universo religioso e estético africano. Nesse sentido é útil trabalhar com uma ampla definição de Marta H. Leuba Salum (2000, p.113) que mantém seus sentidos de origem, tal como proposto por Nina Rodrigues (1904) que a identifica ao sagrado, mas acrescenta novos, a saber: arte afro-brasileira é: "qualquer manifestação plástica e visual que retome, de um lado, a estética e a religiosidade africanas tradicionais e, de outro, os cenários socioculturais do negro no Brasil".
Trata-se, neste curso, de explorar por meio de poéticas contemporâneas, a presença do sagrado enquanto uma articulação entre expressão artística e experiência social. O sagrado não apenas fundou a noção de artes negras no Brasil quanto segue alimentando uma produção considerável de obras. O curso não está organizado em ordem cronológica, mas como problemas que aparecem mais ou menos ao longo do tempo como morte, alimentação, intolerância religiosa, fazer ritual, memória e corpo.
Aula 1: O negro como tema e a visualização do sagrado em imagens do Brasil
Serão apresentadas algumas imagens de pessoas e grupos negros no Brasil a partir do século XVII e se introduz os problemas que aparecerão nas aulas seguintes. A aula rastreia imagens de mulheres, crianças, festas religiosas, objetos rituais, comidas. A ideia é visualizar essas presenças e pensar sobre seus efeitos para a arte contemporânea.
Aula 2: Entre formas e funções: belas artes negras e eficácia simbólica
Onde se estabelece a distinção entre eficácia simbólica da arte, ou seja, os usos rituais de formas, texturas, cores para alterar o destino ou curar e o aspecto contemplativo característico de uma certa tradição "ocidental". Serão exibidos tanto imagens de obras de uso ritual quanto de ritos artísticos característicos da arte contemporânea. A pergunta norteadora é: o rito na arte contemporânea cura?
Aula 3: Uma expressão do sagrado - Mães Negras
Figura central durante a colônia, o império e mesmo os primeiros anos da república, a mãe negra segue funcionando socialmente como mãe substitutiva. Ainda durante a república velha surgiu em São Paulo um culto à mãe negra coordenado por jornalistas negros. Simultaneamente a Mãe Preta começa a aparecer na fotografia de Vincenzo Pastore e na pintura de artistas como Portinari, Lasar Segall, Tarsila do Amaral do mesmo modo que entre alguns artistas contemporâneos: Rosana Paulino, Renata Felinto, Soberana Ziza, Eliana Amorim, Sidney Amaral entre outros.
Aula 4: A morte e o os ritos funerários
Em 2001, o artista Arthur Leandro (1967-2018) publicou em classificados de jornal dois anúncios sobre sua própria morte convidando para o axexê (rito funerário). Trata-se de apresentar obras que dialogam direta ou indiretamente com o universo das religiões afro-brasileiras acionando noções como próprias como axexê, mukondo, egun, vumbi, encruzilhada, cemitério, catiço e/ou utilizando de práticas de fundo religioso para responder criticamente a chacinas, violência estatal, direito ao funeral.
Aula 5: Dois idiomas poéticos: a arte e a religião, inspirações protestantes
Nos últimos cinco anos têm surgido artistas que além de trabalhar com referências aos repertórios sagrados afro-brasileiros também ativam materiais e inspirações advindas do universo cristão protestante, pentecostal e neopentecostal. Como as obras de Ventura Profana, Maxwell Alexandre, Ramo Negro transitam entre os mundos artístico e religioso atualizando as discussões sobre o sagrado afro-brasileiro ao longo do tempo?
Obs: O participante precisa ter celular e computador e conhecer os princípios básicos para uso desses equipamentos. Após a conclusão da sua inscrição on-line na atividade e/ ou curso, você receberá por e-mail um link de acesso à Plataforma onde será realizada a atividade e/ou curso, com até 1 (um) dia de antecedência da data de início. O acesso também poderá ser realizado através do web navegador de sua preferência.
Os encontros em ambiente on-line não são gravados, não sendo disponibilizados seus registros para posterior visualização.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 29/5 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento dever ser feito através do cartão de crédito, e trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
*Este curso será 100% on-line. Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
**Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, faça a solicitação pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, justamente após a conclusão e efetivação do pagamento de sua inscrição, e com pelo menos 48 horas de antecedência do início da atividade.
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br
(Arte: Moisés Patrício)
Palestrantes

Alexandre Araujo Bispo
Antropólogo, Crítico de Arte, Curador e Educador Independente. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte ABCA; Pesquisador do Coletivo ASA - Artes, Saberes, Antropologia; Membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UFSB.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
14/06/2023 a 28/06/2023
Dias e Horários
Quartas e sextas, 15h às 17h.
Curso On-line
Inscrições a partir das 14h do dia 29/5, até o dia 13/6.
Enquanto houver vagas.
Local
Plataforma Zoom