O tempo enquanto categoria cultural

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

Esse breve curso de dois encontros pretende, de maneira ensaística, apresentar algumas abordagens teóricas e críticas sobre as relações entre tempo e política. Os encontros tem como objetivo compartilhar com os alunos reflexões sobre o tempo enquanto categoria cultural. Assim, compreender a maneira como se articula passado, presente e futuro possibilita uma outra perspectiva acerca da tensa história cultural e política da modernidade e sua passagem ao contemporâneo.

O curso compartilha com os alunos algumas referências do campo da antropologia, da historiografia, bem como da história cultural. Abordaremos o discurso definidor da modernidade, de um tempo linear, progressista, depreciando o passado como algo a ser deixado para trás em nome do futuro redentor. Tal modo de se compreender o tempo está intimamente relacionado com a empreitada colonial, e a concepção de que povos perdidos na história deveriam se trazidos ao presente.

Hoje, a concepção de que vivemos uma época singular, sem precedentes na história da humanidade, é um dos elementos centrais do modo como as sociedades ocidentais contemporâneas se imaginam. Esse imaginário reduz a compreensão da história a uma só narrativa: a de que a forma final de evolução das sociedades finalmente fora atingida.

Buscamos, assim, explorar coletivamente de que outros modos podemos compreender o tempo e sua relação com a cultura e a política, caso não o consideremos como elemento natural dado, e sim construído.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Foto: William Kentridge)

Palestrantes

Fábio Zuker

Antropólogo, ensaísta e jornalista multimídia. Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, e pós-doutorando no Brazil Lab da Princeton University. Como jornalista publicou reportagens socioambientais com diversos meios nacionais e internacionais.
(Foto: Acervo Pessoal)

Bibliografia

DANOWSKI, Débora & VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Desterro, Cultura e Barbárie e Instituto Socioambiental, 2014.
HARTOG, François. Regimes de Historicidade. Presentismo e Experiências do Tempo. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2013.
SAHLINS, Marshal. Ilhas de História. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 1990.