Curso Presencial
Objetos de cozinha e poderes femininos
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Programa
O objetivo é mostrar como as cozinhas domésticas não foram apenas espaços de opressão e de formação/consolidação de uma identidade feminina vinculada e submissa ao lar, mas também se constituíram como espaços privilegiados para a construção de poderes e resistências. Essa construção não se deu alheia à materialidade; ao contrário, ocorreu na intensa interação das mulheres com os objetos que lhe haviam sido destinados como norma e com os quais atuavam no cotidiano.
Encontro 1.
As poderosas chaves da despensa
Neste encontro, a proposta é apresentar as cozinhas domésticas como espaços de poder e resistência das mulheres a partir das despensas, cômodos dedicados à conservação dos alimentos que foram se fundindo às cozinhas por meio de armários e refrigeradores. Até o início do século XX, as "chaves da despensa" - e as chatelaines, versões desses objetos utilizadas em público - tiveram grande carga simbólica, formando poderes e hierarquias entre as próprias mulheres (donas de casa e empregadas, mulheres negras e brancas, ricas e pobres).
Encontro 2.
Cadernos de receitas e objetos de si
Compreendidos por Lygia Fagundes Telles como meios de expressão e de inserção das mulheres na carreira de letras, os cadernos são apresentados neste encontro como "objetos de si". Mais do que depositários de receitas, constituíram-se como objetos de cozinha que, ao serem planejados, criados, manuscritos, reescritos e utilizados, atuaram em uma produção de si. Além disso, deram forma a um campo de saberes e códigos femininos que, se mobilizou poderes, também serviu para consolidar discriminações - a ausência de cadernos de mulheres negras até meados do século XX, por exemplo, gera importantes questionamentos.
Encontro 3.
Metendo as colheres de pau
A longa trajetória dos artefatos de madeira, como as colheres de pau e os rolos de massa, e dos elementos decorativos das cozinhas - como as toalhas com desenhos florais ou românticos e as coberturas rendadas para botijão e filtro d'água - revela as permanências de condutas e associações identitárias até os dias de hoje. Neste último encontro, o objetivo é discutir, a partir desses objetos, a persistência de hábitos e condutas que seguem vinculando as cozinhas e o trabalho doméstico às mulheres.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 29/5 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, através do app ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo.
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: atendimento.cpf@sescsp.org.br
(Foto: Helio Nobre José Rosael)
Palestrantes

Viviane Aguiar
Jornalista e pesquisadora. Mestra e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo, atuou como pesquisadora associada da exposição de longa duração "Casas e Coisas", do Museu Paulista (Museu do Ipiranga), e como coordenadora do Centro de Pesquisa e Referência do museu Casa Mário de Andrade, sediado na antiga residência do poeta e escritor em São Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
27/06/2025 a 11/07/2025
Dias e Horários
Sextas, 15h às 17h.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 29/5, até o dia 27/6.
Enquanto houver vagas.