Curso Presencial
Ore Roguatá
Voltar para o início

Programa
Quando ainda existia floresta, havia caminho. Os Kaiowa e os Guarani se deslocavam ao longo dos rios e pelas entranhas da mata percorrendo caminhos que ligavam povos do litoral da América do sul ao interior do continente. Quando se estabeleciam em um lugar, um grupo familiar construía suas casas a certa distância das casas do outro grupo, para que houvesse um caminho entre elas.
Hoje o tapê, caminho, e oguata, o caminhar, são sinônimo da autonomia cultural que os Kaiowa e Guarani reivindicam quando lutam pela demarcação de suas terras, por representar a liberdade de ir e vir e poder transitar entre os seus territórios.
Esta ação constitui o seu modo de ser e existir culturalmente. Em um estado como o Mato Grosso do Sul, em que os caminhos estão confinados pela monocultura vigente, o caminho Kaiowa e Guarani faz-se presente nas narrativas sobre a luta pelas suas terras tradicionais. Estas narrativas fazem-se também nas letras dos seus cantos e nos movimentos das suas danças, além de formarem nas memórias das gerações mais velhas das comunidades, mapas que guiam seus ouvintes pelas antigas paisagens de mata atlântica e cerrado que cobriam a terra de uma parte desta região do país.
Por meio de relatos de lideranças espirituais, cantos-danças e memórias compartilhadas, Kellen Natalice Vilharva (Xamiri Hu´y Rendy), indígena Guarani Kaiowa pesquisadora dos conhecimentos tradicionais indígenas no âmbito da medicina, e Arami Argüello, artista indigenista e gestora cultural, ambas vindas do Mato Grosso do Sul, compartilham sobre os caminhos que conheceram e que tecem as suas trajetórias no campo epistemológico em que atuam.
Recomendamos o uso de máscara cobrindo nariz e boca.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 27/7 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br
Palestrantes

Kellen Natalice Vilharva
(Xamiri Hu'y Rendy) é Indígena Guarani Kaiowá, nascida na aldeia Japorã e viveu na reserva indígena de Jaguapiru, em Dourados. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Possui graduação em Biologia (UEMS), [E mestra em Biologia Geral/Bioprospecção, com pesquisa na área de Conhecimento Tradicional Indígena, e é guiada pelo objetivo de levar os saberes ancestrais de seu povo para os corredores acadêmicos.
(Foto: Acervo Pessoal)

Arami Argüello
Artista da cena e gestora cultural. É graduada em Artes Cênicas no grau Bacharelado, pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e mestra em Artes da Cena pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Fez teatro, música e pintura desde a infância em escolas de incentivo à arte na Alemanha, Hamburgo. No Brasil participou de coletivos de teatro e música que realizam projetos em territórios indígenas Guarani e Kaiowá, além de ter gerido o espaço de cultura e arte Casulo no Mato Grosso do Sul.
(Foto: Acervo Pessoal)
Bibliografia
VERON, Valdelice et al. Tekombo'e Kunhakoty: modo de viver da mulher Kaiowá. 2018. Tese de Doutorado.
CHAMORRO, Graciela. Narrar com os pés: uma aproximação da história oral desde a pespectiva kaiowá. In: LEITE, E, FERNANDES, F, (org.) Trânsitos da voz: estudos de oralidade e literatura. Londrina: Editora da Universidade Estadual de Londrina, Editora da Universidade Federal da Grande Dourados, 2012.
BENITES, Sandra. Nhe'¿ para os Guarani (Nhandeva e Mbya). Campos-Revista de Antropologia, v. 21, n. 1, p. 37-41, 2020.
Data
21/08/2023 a 21/08/2023
Dias e Horários
Segunda, 15h às 18h.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 27/7, até o dia 21/8.
Enquanto houver vagas.