Para uma escrita sem lugar

 

Estimular a leitura, a fruição e um olhar diferenciado sobre trabalhos textuais nas áreas das artes visuais, literatura, cinema, música e crítica. A partir do primeiro contato com os trabalhos, o curso visa promover o debate crítico entre os participantes, como instrumento de realização teórica para a prática de produção textual dos artistas e autores estudados.   Todo conteúdo é base para fomentar a produção individual criativa de cada envolvido no curso, que obrigatoriamente fundamenta este interesse através da perspectiva da linguagem experimental, apresentada pelos mediadores.   A fim de trazer à tona uma perspectiva apropriativa da linguagem, que muitas vezes não encontra facilmente seu lugar em apenas uma única linguagem artística, o curso aborda o interesse dessas produções em alargar a ideia de texto e do ato de escrever.   O curso propõe cinco encontros que usam como base estudos de caso da prática artística e de textos de quatro diferentes vertentes da cultura.

Tópicos das aulas: 

1. A escrita sem lugar na linguagem Será analisado o caráter destrutivo da linguagem experimental a partir de Walter Benjamin e das implicações dos propositores do curso com a linguagem experimental. Este percurso ocorre com o estudo e a análise coletiva de um texto filosófico-literário, já que aos olhos dos propositores, acredita-se que o texto em si é passível de destruição do próprio autor e manipulação de seu leitor. 

2. A escrita sem lugar: na palavra. Serão abordados estudos de caso sobre o que os mediadores chamam de "literatura radical".   

3. A escrita sem lugar: no tempo. O objetivo deste encontro é discutir a possibilidade de ensaios não escritos, ensaios em forma de enunciados audiovisuais.   

4. A escrita sem lugar: na imagem. Neste encontro, na proposta de estabelecer a crítica como obra de arte, no mesmo horizonte de entendimento, os mediadores apresentam dois exercícios de críticos e artistas que intentaram a dissolução das fronteiras que existem entre a criação e a análise dela. 

5. A escrita sem lugar: na experiência. No último encontro, a abordagem da linguagem segue o caminho de possivelmente chegar a uma não-escrita: de uma escrita que ainda se encontra como ato de escrever, mas que quase nega a criação de si mesma, estabelecendo-se apenas como apropriação do que já é linguagem, mas ainda não é texto. Serão abordadas as possibilidades da escrita conceitual.