Curso Presencial
Redes sociais e política: radicalização e crise democrática
Voltar para o início

Programa
O ciclo tem como objetivo discutir a relação entre redes sociais e a radicalização política contemporânea, evidenciando como essas plataformas têm favorecido a ascensão da extrema-direita e colocado em xeque regimes democráticos em diferentes países. Nos últimos anos, tais grupos se consolidaram como forças eleitorais relevantes, explorando intensamente as redes digitais para difundir suas agendas. Entre os impactos, destacam-se a propagação massiva de fake news, o estímulo a perseguições contra inimigos políticos e minorias, além da criação de comunidades marcadas pelo ressentimento, pela violência e, em alguns casos, por traços nazi-fascistas.
Nesse cenário, cresce o debate sobre a responsabilidade das Big Tech, que se defendem invocando a liberdade de expressão e a responsabilização individual, ao mesmo tempo em que dificultam o acesso a dados sobre a organização e circulação de desinformação e discursos de ódio. A lógica das redes sociais, longe de neutra, é estruturada por algoritmos opacos e guiada pela economia da atenção, o que transforma a polarização em produto rentável e fortalece os "engenheiros do caos" (EMPOLLI, 2019).
A ascensão da extrema-direita também se articula às contradições do neoliberalismo, que concentra renda e despolitiza os conflitos sociais, permitindo que tais frustrações sejam canalizadas para pautas autoritárias e nacionalistas (MOUFFE, 2020). Desde 2008, com a eleição de Barack Obama, as redes se tornaram arenas políticas centrais, disputadas inicialmente por correntes diversas, mas que, com o avanço dos algoritmos, passaram a restringir interações a "bolhas", como já alertava Pariser (2012). Esse ambiente propiciou práticas de microtargeting, nas quais candidatos segmentam discursos para públicos distintos, intensificando divisões.
Por fim, a difusão de fake news não pode ser vista apenas como desinformação, mas como mecanismo de reforço de identidades políticas e comunitárias (BAILER, 2024). Assim, o ciclo propõe compreender como as redes sociais, sob a lógica neoliberal e comercial, se tornaram um dos principais motores da crise democrática atual.
PROGRAMAÇÃO
7/10 - Apresentação: redes sociais e crise democrática
A primeira mesa do ciclo propõe apresentar um panorama do tema e a definição dos principais tópicos que permearão os encontros. Por essa razão, serão abordados alguns conceitos como "lógica das redes sociais", "algoritmo", "radicalização" e "crise democrática".
Com Paulo Souza (UFABC/FESPSP/Instituto Democracia em Xeque) e Claudio Penteado (UFABC)
Mediação: Ricardo Streich (USP/FESPSP).
9/10 - As redes sociais e radicalização dos grupos antidemocráticos
Neste encontro discutimos como a economia da atenção e os filtros-bolha das Big Tech fomentam radicalização, ódio e polarização como produtos lucrativos.
Debatedores:
Com Sérgio Amadeu (UFABC) e Débora Machado (UFABC).
Mediação: Ricardo Streich.
14/10 - O desafio da lógica das redes para a agenda democrática
O encontro debate como a segmentação das redes sociais enfraquece a democracia, reduz política a likes e viralizações, e apresenta alternativas éticas e democráticas.
Com Ana Júlia Bernardi (DX) e Tiago Braga (IBICT).
Mediação: Paulo Souza.
16/10 - Hackeando as democracias: ocupas e primaveras
Debatedores abordam as disputas políticas nas redes desde 2008, da Primavera Árabe ao Occupy Wall Street, destacando protestos descentralizados e o uso intensivo de tecnologias digitais.
Com Rosemary Segurado (PUC-SP) e Beto Vasques (Instituto Democracia em Xeque/FESPSP).
Mediação: Ricardo Streich.
21/10 - Hackeando as democracias: Trump e Bolsonaro
Mesa analisa como Trump e Bolsonaro usaram redes sociais para hackear a democracia, convertendo frustrações eleitorais em discursos políticos.
Debatedores:
Com Ana Claudia Teixeira (Cebrap) e Ricardo Streich.
Mediação: Paulo Souza.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 25/9 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou através do nosso app.
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: atendimento.cpf@sescsp.org.br
(Foto: Agência Senado)
Data
07/10/2025 a 21/10/2025
Dias e Horários
Terças e Quintas, 15h às 17h.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 25/9, até o dia 7/10.
Enquanto houver vagas.