Curso Presencial
Repensando a Tecnologia - Movimentos Sociais e Tecnologias Digitais
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Programa
A palestra parte de uma pesquisa que estudou discursos sobre técnica, tecnologia e tecnologias digitais - bem como os usos e invenções de objetos técnicos digitais - por parte de movimentos sociais próximos à cultura digital brasileira entre 2011 e 2021.
O curso possuirá duas partes. A primeira parte está dividida em dois momentos:
O primeiro no qual se discute uma filosofia da técnica capaz tanto de olhar mais perto dos objetos técnicos - para discutir depois os objetos técnicos digitais: o computador, o software, os roteadores e as redes sociotécnicas digitais, como a internet; como de olhar para fenômenos maiores de alienação da técnica, ideologização da técnica e colonização da tecnologia.
No segundo momento se discutirão as tecnologias digitais contemporâneas: os algoritmos de relevância pública, as plataformas digitais de redes sociais, a internet, e serão apresentados os conceitos de disparidade técnica digital, dupla finalidade do software e Mega Actantes Digitais. Também será explicado o que é software livre e qual a sua importância.
É a partir dessas reflexões que os movimentos estudados adquirem interesse e importância, pois suas práticas indicam possibilidades de escape do atual labirinto onipresente de vigilância, concentração econômica e exploração de dados da internet. Apontam outras formas de se pensar e usar as tecnologias digitais, as quais abrem possibilidades de devires outros.
A segunda parte apresenta a contribuição enorme do pensamento e da prática de três coletividades: a Casa dos Meninos, na zona sul da cidade de São Paulo; a Rede Mocambos, rede distribuída pelo Brasil mas com sede em Campinas; e o movimento das redes autônomas comunitárias, espalhado pelo Brasil. O campo da pesquisa é pleno de detalhes e riquezas, de forma a escutar mais os grupos e espaços.
E inclui práticas como a criação de redes autônomas comunitárias, oficinas de tecnologia para movimentos, instalações e invenções de softwares livres e de hardware livre, visões endógenas de tecnologia, servidores próprios com plataformas próprias, metodologias de adoção de tecnologias digitais a partir de características e desejos territoriais, georreferenciamento de dados públicos e locais, e criação de teorias de transformação propriamente ditas. E ideias como a de uma Base Comum de Conhecimento Cidadão, e a de Territórios Digitais Livres.
Por fim, serão feitas considerações sobre as práticas observadas em termos de invenção técnica, desalienação da técnica, descolonização da tecnologia, interseccionalidade e visões de futuro; reflexões sobre hardware e software livres; questões sobre formas de ação acerca do problema das tecnologias digitais no contemporâneo; e duas propostas utópicas combinando estas práticas e discussões: uma rede autônoma comunitária imaginária e o esboço do que seria uma formação tecnopolítica aberta.
(Arte: Casa dos Meninos - Conferência Permanente dos Direitos da Criança e do Adolescente)
Palestrantes

Guilherme Flynn Paciornik
Pesquisador de Sociologia da Tecnologia; doutor em Sociologia pela Unicamp e bacharel em Ciências Sociais pela USP. Estuda outras formas de se pensar a tecnologia e as tecnologias digitais. Foi professor de Gestão Pública e já trabalhou no Ministério da Cultura e com pesquisa em DST/Aids.
(Foto: Acervo Pessoall)
Data
16/06/2022 a 16/06/2022
Dias e Horários
Quinta, 16h às 18h.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 26/5, até o dia 16/6.
Enquanto houver vagas.