Curso Presencial
Saúde mental em foco
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Programa
Esse ciclo tem como proposta explorar temas atuais relacionados à saúde mental, em sua interface com a cultura. Por cultura, nos referimos aos processos materiais e imateriais construídos coletivamente que são substância para os modos de vida que sustentam e desafiam nossa cotidianidade.
Por sua vez, tomamos a saúde mental como uma produção individual e coletiva que se ancora nas nossas relações - com pessoas, coisas, ambientes, valores. Ao mesmo tempo, como um campo polissêmico interdisciplinar que orienta modos de cuidado em saúde, que são também sustentados por construções culturais e sócio-históricas.
Assim, para pensar a saúde mental e sua interface com a cultura, propusemos discuti-la a partir de alguns eixos que estruturam nossa cultura - O capitalismo/neoliberalismo, o racismo, o patriarcado/sexismo e a cibercultura - bem como, a partir de estratégias de resistência e produção de saúde mental que se produzem cotidianamente.
Essa programação faz parte da ação em rede Inspira: ações para uma vida saudável.
Programa:
18/4 - 19h às 21h30 - Saúde mental e neoliberalismo.
A cultura neoliberal e seus efeitos na produção de subjetividade é o tema central deste encontro. A produção de sofrimento psíquico, assim como as possibilidades de seu enfrentamento são indissociáveis do modo como coletivamente organizamos nossas atividades econômicas, políticas e culturais. É possível produzir desejo e saúde mental escapando das capturas capitalísticas? Reflexões complexas que serão debatidas de forma interdisciplinar e participativa para inaugurar esse ciclo de palestras.
Com Vladimir Safatle (USP) e Suely Rolnik (PUC-SP).
Mediação: Sabrina Ferigato (UFSCar).
25/4 - 19h às 21h30 - Saúde mental e a cultura do racismo
Já existe um consenso teórico sobre o impacto da cultura racista na produção da nossa saúde mental bem como dos sofrimentos psíquicos que se estruturam em sociedades desiguais, no entanto, sem sempre as práticas profissionais e de cuidado incorporam essa dimensão estruturante em seu cotidiano no encontro com os usuários dos sistemas de saúde. Como produzir práticas de cuidado antirracista? Essa é a questão que norteará esse encontro e as trocas que serão construídas com os participantes.
Com Emiliano Camargo (UERJ) e Rachel Gouveia (UFRJ).
Mediador - Sulamita Gonzaga (Unicamp).
2/5 - 19h às 21h30 - Saúde mental e a construção de redes de cuidado em uma cultura hetero-cis-patriarcal.
Por compreendermos a saúde mental como uma produção relacional e culturalmente produzida, é impossível pensar a produção de bem-estar ou de sofrimento psíquico sem refletirmos sobre um dos principais determinantes da cultura ocidental que são as relações de gênero. No que se refere aos processos de cuidado em saúde, a constituição de redes e coletivos produzidos por mulheres, pela comunidade LGBTQIA+ e por profissionais, tem sido uma estratégia fundamental para a produção de saúde mental e para o enfrentamento das opressões de gênero.
Com Cathana Oliveira (Unicamp) e Debora Del Guerra (Coletivo Etinerâncias).
Mediação - Flávio Borges (UFScar)
9/5 - 19h às 21h30 - Cibercultura e Saúde Mental: subjetividades em rede
Podemos afirmar que uma das principais transformações culturais que experimentamos nas últimas décadas foram as profundas transformações da ecologia comunicacional com a qual nos relacionamos individual e coletivamente. A comunicação, como substância do processo de produção de saúde mental foi ainda mais radicalmente transformada a partir do advento da cibercultura, do fenômeno da internet e da proliferação das redes sociais. O impacto deste processo na saúde mental e na produção de subjetivação é o principal alvo deste encontro.
Com Fernanda Bruno (UFRJ) e Ricardo Rodrigues Teixeira (USP).
Mediação: Rogério da Costa Santos (PUC-SP).
Recomendamos o uso de máscara cobrindo nariz e boca.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 28/3 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
** Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
*** Havendo ainda disponibilidade de vagas para os cursos presenciais, as inscrições poderão ser feitas no dia do curso no Centro de Pesquisa e Formação.
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br
(Foto: Divulgação)
Palestrantes

Fernanda Bruno
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura e do Instituto de Psicologia da UFRJ e do MediaLab/UFRJ. Membro-fundadora da Rede latino-americana de estudos em vigilância, tecnologia e sociedade (LAVITS). Pesquisadora colaboradora do Surveillance Studies Centre da Queens University (Canadá), integra a rede Tierra Común e a coalizão feminista <A+> Alliance for inclusive algorithms.
(Foto: Acervo Pessoal)

Emiliano de Camargo David
Psicólogo e psicanalista, doutor e mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com especialização lato sensu em Psicopatologia e Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Professor adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IP/UERJ) É membro e docente do AMMA Psique e Negritude. Também é membro do Grupo de Trabalho Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva.
(Foto: Acervo Pessoal)

Suely Rolnik
Psicanalista, ensaísta e professora titular da PUC-SP. Seu trabalho - cujo foco é a descolonização do inconsciente, teórica e pragmaticamente, a partir de uma perspectiva clínico-política e transdisciplinar - participa da construção coletiva, local e internacional, face aos impasses do presente, por meio de encontros, seminários, conferências, debates, oficinas, filmes, exposições e publicações. Seus livros mais recentes são Antropofagia Zumbi (N-1, 2021) e Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada (N-1, 2018), que será lançado no evento em nova edição revisada. Coautora com Félix Guattari de Micropolítica. cartografias do desejo (Vozes, 1986).
(Foto: Acervo Pessoal)

Ricardo Rodrigues Teixeira
Médico sanitarista, professor doutor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, coordenador da Diretoria Saúde Mental e Bem-Estar Social da Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado e doutorado em Medicina Preventiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sabrina Ferigato
Professora adjunta do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Graduada em Terapia Ocupacional, com aprimoramento em Saúde Mental pela Unicamp, Mestrado em Filosofia Social - PUC-Camp, doutorado em Saúde Coletiva pela Unicamp e pós-doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo (USP). Credenciada junto aos Programa de pós-graduação em Terapia Ocupacional da UFSCar e ao programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Unicamp.
(Foto: Acervo Pessoal)

Vladimir Safatle
Doutor em Lieux et transformations de la philosophie - Université de Paris VIII (2002). Atualmente é professor titular do Departamento de Filosofia da USP. É um dos coordenadores da International Society of Psychoanalysis and Philosophy.
(Foto: Acervo Pessoal)

Rogério da Costa Santos
Professor assistente doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Vice Coordenador do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e Coordenador do Laboratório de Inteligência Coletiva - LInC. Graduado em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1983), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em História da Filosofia - Université de Paris IV (Paris-Sorbonne) (1998).
(Foto: Acervo Pessoal)

Cathana Oliveira
Doutora em Saúde Coletiva pela Unicamp na área de Planejamento e Gestão, Mestre em Psicologia Social pela PUC/RS, Especialista em Saúde Coletiva pela Escola de Saúde Pública do RS, ênfase em Atenção Básica. Atualmente trabalha como docente junto à Faculdade de Educação em Ciências da Saúde de São Paulo e como pesquisadora junto à Universidade Estadual de Campinas/Faculdades de Ciências Médicas.
(Foto: Acervo Pessoal)

Débora Antoniazi Del Guerra
Enfermeira do campo da saúde coletiva e feminista, compõe o Coletivo Etinerâncias, que se dedica ao fortalecimento das inteligências territoriais a partir das Redes de Cuidado. Atua também na modulação de políticas públicas na América Latina.
(Foto: Acervo Pessoal)

Flávio Borges
Enfermeiro de Família e Comunidade e professor doutor do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Vem desenvolvendo pesquisas nas áreas de: Atenção Primária à Saúde, Minorias Sexuais e de Gênero e Saúde de Pessoas LGBTQIAPN+.
(Foto: Acervo Pessoal)

Rachel Gouveia
Assistente social, pesquisadora, professora e escritora. Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e Pós-doutora em Serviço Social e Políticas Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Coordenadora do Projeto de Pesquisa e Extensão Luta Antimanicomial e Feminismos. Autora dos livros Trabalho, Gênero e Saúde Mental: contribuições para a profissionalização do cuidado feminino, publicado pela Editora Cortez, em 2018; Na mira do fuzil: a saúde mental das mulheres negras em questão, publicado pela Editora Hucitec, em 2023 e organizadora da coletânea Racismo, subjetividade e saúde mental - O pioneirismo negro, pela mesma editora em 2021.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sulamita Gonzaga
Terapeuta Ocupacional, especialista em Saúde Mental e mestranda em Saúde Coletiva na Unicamp. Atualmente atua em um Centro de Atenção Psicossocial- Álcool e outras Drogas no município de Campinas, estando também inserida no grupo de pesquisa em Saúde Mental e Saúde Coletiva- Interfaces (Unicamp) e no grupo de estudos de Terapia Ocupacional e Saúde da População Negra- Dona Ivone Lara.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
18/04/2023 a 09/05/2023
Dias e Horários
Terças, 19h às 21h30.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 28/3, até o dia 18/4.
Enquanto houver vagas.