Curso Presencial
Transepistemologias em conexão
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Programa
Aliando estudos trans/travestis, estudos interseccionais e anticoloniais, e tecnociência feminista, esse curso visa uma conceituação ampla das aproximações entre produção de conhecimento e fazer político.
O curso é destinado a um público amplo, atravessando discussões contemporâneas nos campos da história, filosofia, artes, psicologia e ciências sociais.
A partir de casos concretos sobre história das travestilidades e dos trânsitos de gênero no Brasil, o curso propõe, a partir de extenso referencial na teoria feminista, queer e trans/travesti, estabelecer conexões interseccionais e transdisciplinares que permitam a compreensão de tais processos históricos, suas bases epistemológicas, seus impactos subjetivos, formas diversas de negociação e resistência nele inscritas, assim como caminhos e alternativas para seus rompimentos.
O curso atravessa conceitos como (trans)epistemicídio, colonialidade do saber, racionalidade de inimizade e extrativismo, além de debates envolvendo liberdade de expressão, pânico moral, espaço público, e reparação histórica.
Com isso, o curso propõe, a partir de tais transepistemologias, conexões entre saberes e estratégias de diferentes populações que historicamente foram posicionadas como o objeto, mas não o sujeito dessa produção de conhecimento - de modo a, entre diferenças e alianças, compor outros mundos possíveis.
15/5. Elagabalus e outras travestis: Historiografia e classificações do (im)possível
O caso histórico de Elagabalus - a "imperadora trans de Roma" - e sua complexa posicionalidade de gênero e sexualidade será o pontapé inicial de nosso curso. Esse caso clássico da historiografia queer e trans abrirá nossas discussões sobre as possibilidades (e impossibilidades) das classificações, e dos usos da linguagem.
17/5. Espaço público, liberdade de expressão e outras falácias
Partimos no segundo encontro para controvérsias recentes envolvendo os usos (e desusos) da "liberdade de expressão", bem como racionalidades de inimizade que desenham os contornos da subjetividade política. O plano de fundo de nossa discussão será o conceito de espaço público, e seus processos de inclusão e exclusão.
22/5. Subjetividades políticas nas margens do humano
Dado o reconhecimento de processos estruturais de exclusão de certos corpos enquanto sujeitos de conhecimento, o terceiro encontro tem como foco dimensões subjetivas de tal posicionalidade histórica em tal "sub-humanidade". Surgirão, aqui, conceitos como dupla consciência, e discussões conceituais como as fronteiras entre agência e estrutura, bem como estratégias de recusa e de fuga, de modo a compreender processos de adoecimento e sofrimento psíquico.
24/5. "Com o sangue de quem foram feitos meus olhos?"
Caminhando para o final do curso, o quarto encontro, aliando tecnociência feminista e estudos interseccionais, tem como foco práticas de cuidado, e princípios de sensibilidade, responsabilidade e reparação, de modo a propor modos outros de conhecer, contar histórias, e circular saberes.
29/5. Como representar o impossível?
O último encontro tem como princípio o chamado de Jota Mombaça, a partir de Octavia Butler, de que a "fuga acontece porque é impossível". Caminharemos coletivamente nesse "impossível", de modo a construir/reconstruir/desconstruir regimes de representação e usos da linguagem que escapem tais princípios classificatórios restritos.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 25/4 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, através do app ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br
(Arte: Uma gravura de Heliogábalo que recebeu pronomes femininos do North Hertfordshire Museum - Créditos: Leemage Corbis Historical)
Palestrantes
Brume Dezembro Iazzetti
Travesti e transfeminista. É cientista social e mestra em Antropologia Social (Unicamp). É mestra em História e expert em História Política pelo programa History in the Public Sphere (HIPS) (EMJMD). É cocriadora da Rede Brasileira de Estudos Trans-Travestis.
(Foto: Acervo Pessoal)
Lux Ferreira Lima
Mestre e doutore em Antropologia pela USP, com graduação em Direito e em Ciências Sociais pela mesma instituição. Atualmente é professore colaboradore e pesquisadore de pós-doutorado sobre Pensamento Social Trans na Unicamp. É membro da Rede Brasileira de Estudos Trans-Travestis.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
15/05/2024 a 29/05/2024
Dias e Horários
Quartas e Sextas, 15h às 17h.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 25/4, até o dia 15/5.
Enquanto houver vagas.