Velhice: uma estética da existência

 

Essa palestra baseia-se no livro “Velhice uma estética da existência”. Seu eixo central contraria a conhecida suposição de que envelhecer é principalmente perder. A velhice será abordada como um acontecimento da vida, um destino, mas, também, como um experimento, ou seja, a possibilidade de invenção de modos de existência que contrariem os modelos e valores vigentes na atualidade. Para isso, serão convocados filósofos, poetas, escritores e cineastas que de forma direta ou indiretamente contribuíram para pensarmos a velhice e o envelhecimento.  A noção de estética da existência foi cunhada pelo filósofo francês Michel Foucault e compreende um modo artista de viver, com regras próprias de se conduzir e formas singulares de construção da subjetividade e percurso de existência.  O problema que orientará nossa reflexão nesta palestra será o da potência da velhice. Diferentemente de uma conduta preventiva da vida com vistas à velhice com "qualidade de vida", afirmaremos a liberação da velhice para o acontecimento da vida. Deixar fluir a vida para a invenção de modos singulares de existência.  De forma dialogada, abordaremos o sentido de um cuidado de si que não transfira ao sujeito uma responsabilização pela gestão de sua saúde e bem estar. A saúde e a doença, no nosso entender, não se excluem, mas constituem oportunidades de aprendizado da multiplicidade de vivências.