Mutações
Violentar a imaginação para salvar a imaginação
Voltar para o início

Programa
Um conjunto de imagens a guiar o comportamento, mas a guia-lo em direção a sua própria alienação. Poderíamos descrever assim um dos conceitos mais influentes sobre a noção de imaginário no século vinte, a saber, este legado por Jacques Lacan. Mas por que um clínico teria uma crítica tão contundente a essas imagens que parece fornecer uma espécie de chão da consciência? Que tipo de sofrimento ele escutara para enxergar no que outros chamariam facilmente de imaginação não a espontaneidade de nossas sínteses e mediações, mas um limite a ser violentado.
Este encontro propõe recuperar esse movimento complexo que nos levou a compreender que, longe de uma faculdade livre, a imaginação era uma faculdade disciplinada em seus modos de organização da experiência sensível. Longe de um livre jogo que não segue lei alguma, ela era o espaço de uma conformação social.
Longe de uma faculdade subjetiva, ela era um sistema social de formas historicamente sedimentadas. Décadas atrás, Adorno e Horkheimer, em uma crítica a essa função das imagens que organizam nossos esquemas mentais, haviam insistido que o primeiro serviço fornecido pela Indústria Cultural ao consumidor era exatamente o "esquematismo": "A função que o esquematismo kantiano ainda atribuía ao sujeito, a saber, referir de antemão a multiplicidade sensível aos conceitos fundamentais, é tomada ao sujeito pela indústria cultural.
O esquematismo é o primeiro serviço prestado por ela ao cliente" (Adorno e Horkheimer, Dialética do Esclarecimento). É o esquematismo da imaginação que a indústria cultural toma do sujeito, é sua imaginação que é expropriada. Expropriação essa só possível porque tal esquematismo sempre foi um produto social. Essa era uma maneira de criticar o desconhecimento do caráter socialmente regulado da imaginação e das estruturas sociais da comunicação que o senso comum permite.
Esta conversa sugere retomar essa história da crítica da imaginação a fim de compreender como a espontaneidade que ela um dia prometeu só pode ser recuperada contra ela própria.
Esta programação integra o ciclo Mutações Constelações Imaginárias, com curadoria de Adauto Novaes.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 29/7 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou através do nosso app .
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: atendimento.cpf@sescsp.org.br
(Arte: Marcellus Schnell)
Palestrantes

Vladimir Safatle
Doutor em Lieux et transformations de la philosophie - Université de Paris VIII (2002). Atualmente é professor titular do Departamento de Filosofia da USP. É um dos coordenadores da International Society of Psychoanalysis and Philosophy.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
21/08/2025 a 21/08/2025
Dias e Horários
Quinta, 19h30 às 21h30.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 29/7, até o dia 21/8.
Enquanto houver vagas.