Curso Presencial
Walter Benjamin e a guerra de imagens

Programa

A partir do livro recém-publicado Walter Benjamin e a Guerra de Imagens (2023) ao longo de quatro aulas exploraremos temas que nos levarão ao cerne de um projeto de releitura e atualização da obra benjaminiana em uma era de neofascismos.

Se Benjamin foi testemunha e vítima do nazismo de sua época, sua obra, como poucas, apresenta uma reação a esta constelação e uma espécie de manual de sobrevivência e de luta antifascista. No curso exploraremos a sua filosofia da história como antídoto contra a história dos vitoriosos que legitima a continuidade da exploração de corpos e de Gaia (nosso planeta).

Iluminaremos a teoria da técnica benjaminiana, a saber, a sua crítica da técnica associada à Modernidade e ao capitalismo e o seu elogio e teoria de uma outra técnica, baseada no jogo e no diálogo. Veremos também as afinidades eletivas entre essa sua visão, as filosofias ameríndias de Ailton Krenak e Davi Kopenawa e a proposta de uma ecologia decolonial. Mostraremos a relação entre a sua filosofia das cidades e a sua teoria do tempo, ambas marcadas por uma noção forte de "porosidade".

O curso enfatizará ainda a teoria das imagens de Benjamin, desenvolvida a partir do Surrealismo e no contexto da luta antifascista que nos leva a formular hoje a necessidade de uma "guerra de imagens" (Harun Farocki). Por fim, o curso apresentará uma série de obras de arte e de artistas contemporâneos interpretados a partir da noção benjaminiana de "colecionismo" relida na chave do "anarquivamento".

PROGRAMA

15/2 - Aula 1: Walter Benjamin como testemunha do nazifascismo: A tarefa de repensar a história do ponto de vista dos aviltados. A virada copernicana do saber histórico e a nova crítica do saber colonial. Sankofa e o Anjo da História.

22/2 - Aula 2: Técnica como arte - arte como técnica: A tarefa de se pensar um outro modelo, lúdico e dialógico, da vida em comum. Fotografia e cinema como "segunda técnicas".

29/2 - Aula 3: A cidade como campo de forças da libido e das lutas políticas: Sobre as poro(c)sidades. Paris, Nápoles, Moscou e as temporalidades porosas.

7/3 - Aula 4: A tarefa de "anarquivar" e fazer explodir as narrativas da colonialidade: A guerra de imagens nas artes pensada a partir de Benjamin hoje.

Crédito da imagem: Marcelo Brodsky, Autorretrato Fuzilado. Plaza de San Felipe Neri, Barcelona, 1979. 

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.

As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 23/1 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.

Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias

O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br

Palestrantes

Márcio Seligmann

Professor titular de Teoria Literária na UNICAMP e pesquisador do CNPq, possui mestrado em Letras pela USP e doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Freie Universität Berlin, pós-doutor pelo Zentrum Für Literaturforschung Berlim e por Yale. É vice-presidente da ICLA, International Comparative Literature Association/ AILC, Association Internationale de Littérature Comparée.
(Foto: Acervo Pessoal)