Atividades

Pesquisa investigou a produção e representação de gênero e cor no cinema nacional

A cara do cinema nacional: gênero e cor no cinema brasileiro

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Programa

O Brasil por muito tempo ostentou a reputação de ser um “paraíso racial”, uma terra de integração, mestiçagem e exemplo para outras nações multirraciais. Conhecido internacionalmente pelo seu futebol e carnaval, o país irradia através de grandes eventos e festividades nacionais a imagem de uma nação que valoriza sua população negra e mestiça. No entanto, essa imagem convive com formas internas de segregação que fazem com que a maior parte dos espaços de status e prestígio sejam reservados aos brancos. A moda, a publicidade e a televisão brasileira, por exemplo, valorizam a estética branca e excluem os negros. 


As discriminações raciais convivem e interagem ainda com as desigualdades de gênero. Pesquisas internacionais, como aquelas promovidas pelo Representation Project têm mostrado que o audiovisual nos Estados Unidos é marcado por forte sub-representação das mulheres nos papéis de protagonistas e nas funções de prestígio da indústria do cinema e televisão, carência de falas significativas para as atrizes mulheres, bem como representações marcadas por fortes vieses e estereótipos de gênero. 


Embora tenham sido feitas algumas pesquisas qualitativas em torno dessas temáticas no Brasil, até recentemente não se havia produzido nenhum estudo de maior fôlego, que tratasse a questão da representação de gênero e cor no cinema brasileiro a partir de um grande agregado de dados. Em razão disso, o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA IESP-Uerj) produziu a pesquisa “A cara do cinema nacional: gênero e cor nos filmes comerciais brasileiros (2002-2012)”, que cobre uma década da produção cinematográfica brasileira de maior bilheteria a partir de um amplo repertório de questões.


Nesta apresentação as pesquisadoras do GEMAA Verônica Toste e Marcia Rangel vão expor os resultados das duas fases da pesquisa, que primeiro se dedicou a aferir se havia sub-representação em termos de gênero e cor nas funções de direção, roteirização e atuação em um corpus de 238 filmes brasileiros de ficção, e em sua segunda etapa se debruçou sobre os estereótipos e vieses de gênero e “raça” em 106 filmes em que figuravam atores e atrizes negros(as). A base de dados construída a partir desse exercício resultou na classificação de 1966 personagens com respeito ao seu lugar na trama, profissão do personagem, local de moradia, posição moral, relações inter-raciais e de gênero e presença ou ausência de estereótipos.

Além dos resultados da pesquisa, as palestrantes discutirão com os participantes a relação entre a cultura do audiovisual e os processos de socialização, representação e formação de identidades, dados de pesquisas de opinião pública sobre o audiovisual brasileiro, as principais medidas hoje aplicadas em pesquisas sobre o audiovisual em torno da questão da representação (análises qualitativas, quantitativas, teste de Bechdel), os conceitos desenvolvidos no interior dos estudos críticos do audiovisual para explicar a sub-representação de minorias (branquidade normativa, o masculino como norma de humanidade, o “princípio Smurfette”, o “token” negro, a ambivalência dos estereótipos) e, por fim, os dados sobre o audiovisual brasileiro e a legislação brasileira que versa sobre a representação no audiovisual nas instâncias federal, estadual e municipal.

 
(Foto: Leliane-de-Castro_Filme-Kbela)

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Verônica Toste Daflon

Verônica Toste Daflon

Doutora em Sociologia pelo IESP-Uerj e mestre em Sociologia pelo IUPERJ. Atualmente faz pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA, UFRJ). É pesquisadora do Núcleo de Estudos de Sexualidade e Gênero (NESEG, UFRJ) e pesquisadora visitante no Instituto de Estudos Avançados na Universidade de Princeton (IAS).
(Foto: Acervo Pessoal)

Marcia Rangel

Marcia Rangel

Doutoranda e mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Graduada em Ciências Sociais pelo IFCS-UFRJ. É subcoordenadora do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e pesquisadora associada do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP).
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

17/07/2015 a 17/07/2015

Dias e Horários

Sexta, 10h às 13h.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar 
Bela Vista - São Paulo/SP

Valores

R$ 9,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 15,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 30,00 - inteira

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