Brasil e África do Sul - Memória política e estratégias de resistências
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A memória pode ser estruturada em torno de duas questões: a respeito do que é a lembrança? E de quem é a recordação? Quando se coloca a questão sobre "o que", se leva em conta a coisa lembrada e considerada enquanto objeto de posse de determinada pessoa ou grupo social.
Todavia, se atribuímos à memória as ações de recordação são as subjetividades do "quem" que se projetam. Nos debates políticos contemporâneos, as subjetividades e as operações de memória ascendem em importância, bem como se tornam preocupação das diversas áreas do conhecimento.
Este curso pretende introduzir a reflexão sobre como os traumas sociais delimitam esferas de elaboração da memória, coletiva ou individual, implicando em regimes de produção de subjetividades. As novas relações sociais das democracias com herança autoritária apresentam resistências, voluntárias ou não, aos modos de funcionamento das instituições.
Mais do que recordar, a memória faz do vivido algo presente nos valores que nos auxiliam ao agir. A elaboração do trauma social se configura como ação transformadora ou terapia da memória? Quais aberturas se tornam possíveis no processo de esquecimento e lembrança de passados violentos?
O curso se dividirá em quatro partes:
1. Em torno da memória política: trauma social e subjetividades;
2. Brasil: a transição acordada e as políticas do silêncio;
3. África do Sul: o perdão impossível e as políticas da narrativa;
4. Políticas de memória: ação transformadora ou terapia social?
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
Palestrantes
Edson Teles
Professor: do departamento de filosofia da Unifesp. É autor, dentre outros, de "O que resta da ditadura - a exceção brasileira".
(Foto: Acervo Pessoal)
Bibliografia
TELES, Edson. Democracia e estado de exceção: transição e memória política no Brasil e na África do Sul. São Paulo: Fap-Unifesp, 2015.
Bibliografia auxiliar:
BENJAMIN, Walter. "O Narrador". In: _____. Obras Escolhidas I. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1994, pp. 197-221.
DERRIDA, Jacques. "O perdão, a verdade, a reconciliação: qual gênero?". In: NASCIMENTO, E. (org.). Jacques Derrida. Pensar a desconstrução. São Paulo: Estação Liberdade, 2005, pp. 45-94.
Data
22/11/2017 a 29/11/2017
Dias e Horários
Quartas, 15h às 18h
As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de outubro às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.