Celulares, poder e subjetividades na era da Internet

Programa

Artefatos indispensáveis à vida cotidiana, os celulares tornaram-se objetos que vão bem mais além do que simples telefones, ajudando seus usuários a realizar cada vez mais uma série de práticas e atividades. Em tempos em que a conectividade permanente se fomenta como indispensável no desenrolar das práticas cotidianas, é preciso trazer à luz da compreensão algumas das dimensões e processos sociais que sustentam o uso dos celulares como ferramentas imprescindíveis e que contribuem para novas formas de ser e estar no mundo. O intuito desse curso é contribuir para uma discussão sobre de que forma o imperativo da conexão se apresenta como fator capaz de embaralhar as noções de liberdade e a conformação de subjetividades, uma vez que relações sociais cada vez mais mediadas por artefatos são, também, pontos de ancoragem de novas formas de exercício do poder e controle.

Plano de Aulas:

Aula 1: Sociedade em rede: paradigmas em jogo e novas perspectivas; Internet como a “rede das redes”; Deslocamentos conceituais em jogo: mobilidades informacionais e desterritorializações, temporalidades múltiplas;
Aula 2: A noção de “cadeia sociotécnica” como metáfora explicativa para os tempos de conexão atual e de relação entre usuários e seus celulares; Práticas de uso dos celulares: gestão da vida, relações de dependência e sujeição; Dependência emocional e funcional; Discussão de casos reais e situações enfrentadas no cotidiano.
Aula 3: Vida imersa nas cadeias de conexão: mercado e geração de valor; . Informação pessoal como ingrediente essencial na produção de valor. Criação de perfis de usuários; Discussão de elementos presentes a partir de exemplos de práticas de uso de aplicativos.
Aula 4: A emergência do sujeito conectado: poder, saber e controle; Elementos e vetores presentes na construção de uma subjetividade em conexão; discussão acerca  da constituição da autonomia do sujeito em tempos em que as vidas parecem capturadas por elementos de poder que implicam na conformação de subjetividades reativas.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Nosso canal no YouTube oferece um pouco mais de nossa programação. Inscreva-se e fique por dentro.

Foto: Fernando Sciré

Palestrantes

Claudia Sciré

Socióloga, doutora pela USP e pesquisadora. Autora do livro Consumo popular, fluxos globais, pela Editora Annablume. Tem experiência na área de Sociologia de consumo e tecnologia, atuando em: TICs, construção social da tecnologia, práticas de consumo, artefatos sociotécnicos, subjetividades, poder e controle na era da Internet.

Bibliografia

BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre, Editora Sulina, 2013

CASTELLS, Manuel - A sociedade em rede. V. 1: A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999    

DANTAS, Marcos . Informação como trabalho e como valor. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, Rio de Janeiro, 2006, nº 19, pp. 44-72

FOUCAULT, Michel – Technologies of the self. (Université du Vermont, outubro, 1982; trad. F. Durant-Bogaert). In: HUTTON, P.H., GUTMAN, H. and MARTIN, L.H., (eds.) Technologies of the Self. A Seminar with Michel Foucault. Anherst: The  University of Massachusetts Press, 1988, pp. 16-49. Disponível em: <http://ebookbrowsee.net/foucault-michel-as-tc3a9cnicas-de-si-1982-pdf-d399848473> Acesso em: 07 de fevereiro de 2013.

PÉLBART, Peter – Vertigem por um fio: políticas da subjetividade contemporânea. São Paulo, Iliminuras, 2000.

SANTOS, Laymert Garcia dos e FERREIRA, Pedro - A regra do jogo: desejo, servidão e controle. São  Paulo: Paz e Terra, 2008

SCIRÉ, Claudia. _____ Telefones celulares e as novas formas de conceber o social: apontamentos de uma pesquisa. Revista Agenda Social (UENF), v. 8, p. 3, 2014