Ciclo Carolina Maria de Jesus
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Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
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10/07 - O "fenômeno" Carolina Maria de Jesus.
O livro "Quarto de Despejo - Diário de uma favelada", publicado em 1960, voltou a ser debatido em todo o país desde o início deste ano, que marca o 40º aniversário da morte de sua autora, Carolina Maria de Jesus.
Transposto para livro, o diário que ela escrevera em seu barraco da favela do Canindé, em São Paulo, em cadernos encontrados (Carolina era catadora de papel) no lixo, fez enorme sucesso. Em uma semana esgotaram-se os 10 mil exemplares da primeira edição, e em poucos meses foram vendidas 100 mil cópias. Audálio Dantas, que descobriu os cadernos de Carolina, quando fazia uma reportagem para a "Folha da Noite" e Vera Eunice de Jesus, filha de Carolina, debatem o fenômeno, o histórico e o legado da obra de Carolina Maria de Jesus.
Com Audálio Dantas e Vera Eunice de Jesus.
11/07 - O valor literário de Carolina Maria de Jesus
Recentemente o professor de literatura Ivan Cavalcanti Proença disse que a obra de Carolina não pode ser considerada literatura. Argumentou que a produção da escritora teria mais características de um diário, e que diários não são ficcionais. Quando lembramos que "Quarto de Despejo" é leitura obrigatória no vestibular da UNICAMP, somos, considerando a fala de Proença, levados a imaginar que houve um equívoco na inserção do livro na lista da prestigiada Universidade. Será? Cabem algumas indagações: O que é literatura? Quem determina o cânone?
Com Ricardo Ramos Filho.
12/07 - Literatura e Periferia
A obra de Carolina Maria de Jesus produziu diferentes reações, não somente ligadas à crítica literária, mas relacionadas ao processo de constituição de uma nova geração de escritores no campo da literatura marginal. Ferréz abordará as relações entre periferia e literatura marginal, tendo em vista o trabalho e o legado de Carolina Maria de Jesus.
Com Ferréz.
13/07 - A impactante luz da escrita negra
Carolina Maria de Jesus faz parte do seleto e invisível grupo dos escritores negros brasileiros, que frequentemente têm seus escritos ignorados pelo que chamamos status quo dos princípios acadêmicos de dominação. Mesmo tendo sido a literatura de Carolina traduzida e estudada em todo o mundo, há um forte preconceito sobre a escrita feminina negra. No caso de Carolina Maria de Jesus tal preconceito possui uma tríplice face: é de gênero, de etnia e de classe. Este encontro propõe uma discussão acerca dos limites sociológicos que condicionaram a compreensão da obra de Carolina Maria de Jesus.
Com Elisa Lucinda e Conceição Evaristo.
14/07 - Carolina e o movimento feminista
Desde a publicação de seu livro "Quarto de Despejo - Diário de uma favelada", Carolina vem sendo objeto de discussão nos meios jornalísticos, literários e acadêmicos. Essa discussão revelou primeiro uma dúvida: o texto de Carolina pode ser considerado literatura? Discutiu-se a miséria, a fome e os preconceitos. Mas, um aspecto para o qual não se deu muita atenção foi o de que o grande sucesso de Carolina se deu paralelamente ao movimento feminista que agitava o mundo todo. Com seu trabalho e coragem, pode ser considerada figura marcante da luta feminina em todo o mundo.
Com Adriana Carranca.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
(Foto: Acervo Audálio Dantas)
Palestrantes
Audálio Dantas
Jornalista e escritor, recebeu em 2013, o Jabuti - Livro do Ano de Não-Ficção e o Juca Pato - Intelectual do Ano (União Brasileira de Escritores), por seu livro “As duas guerras de Vlado Herzog” (Editora Civilização Brasileira).
(Foto: Joao Batista Andrade)
Adriana Carranca
Escritora e jornalista. É colunista dos jornais OESP e O Globo .
É autora de Malala, a menina que queria ir para a escola.
(Foto: Acervo Pessoal)
Ferréz
Escritor. Teve suas obras publicadas em diversos países do mundo. É ativista do movimento hip hop e fundou o selo Literatura Marginal.
(Foto: Muller Silva)
Vera Eunice de Jesus
Professora de Língua Portuguesa da rede pública de ensino. Filha caçula de Carolina Maria de Jesus, é a responsável pelo acervo da autora depositado na Biblioteca Nacional e supervisiona o Conselho Editorial responsável pela publicação da obra inédita de Carolina Maria de Jesus na editora Cia das Letras.
(Foto: Site Troféu Raça Negra)
Ricardo Ramos Filho
Escritor, com livros editados no Brasil e no exterior, publicados em Portugal e nos Estados Unidos. Professor de Literatura nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Doutorando em Letras no Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde desenvolve pesquisa sobre Graciliano Ramos, privilegiando o olhar sobre seus textos escritos para crianças e jovens.
(Foto: Sintra)
Elisa Lucinda
Poeta, atriz, jornalista, professora e cantora. Publicou "Fernando Pessoa, o Cavaleiro do Nada" finalista no Prêmio São Paulo de Literatura 2015.
(Foto: Vantoen Pereira Jr.)
Data
10/07/2017 a 14/07/2017
Dias e Horários
Segunda a Sexta, 19h às 21h
As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de junho às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.