Ciclo Cinefilia e cineclubismo

Programa

20/01 - Movimento Cineclubista Brasileiro. Com Felipe Macedo.
“Os cineclubes surgiram nitidamente em resposta a necessidades que o cinema comercial não atendia, num momento histórico preciso. Assumiram diferentes práticas conforme o desenvolvimento das sociedades em que se instalaram. Mas assumiram uma forma de organização institucional única que os distingue de qualquer outra. O trabalho realizado pelos cineclubes diz respeito a exibir cinematografias que não estariam disponíveis ao público de outra maneira, além disso, promove a discussão, o intercâmbio de ideias, de filmes e abrem espaços para novos profissionais”. (MACEDO, Felipe. O que é cineclube? Disponível em: http://cineclube.utopia.com.br/clube/o_que_e.html. Acesso em 09 dez. 2014).

Nesse encontro Felipe Macedo apresenta ao público um pouco da história do movimento cineclubista brasileiro, destacando três fases: a reorganização dos cineclubes pós-ditadura militar; expansão e consolidação e, finalmente, a fase de crise e desagregação. Os cineclubes exerceram papel essencial no cenário social e político da história recente do Brasil ao se inserirem em movimentos e organizações sociais como as comunidades de base marcadas pela teologia da libertação, o movimento negro, feminista, LGBT etc.

21/01 - Cinefilia e crítica cinematográfica. Com Luiz Carlos Oliveira Jr e Sergio Alpendre
A crítica é a continuação da cinefilia por outros meios (da escrita e da fala, majoritariamente). Desde a mítica geração do Chaplin Club até a proliferação recente de revistas eletrônicas e blogs dedicados ao cinema, passando pela história dos Cahiers du Cinéma e de outras publicações de peso, são vários os exemplos que demonstram como a cinefilia pode passar de um lazer esporádico para um engajamento intelectual e daí para uma atividade de produção e dinamização de conhecimento, que se dá basicamente através da crítica e da reflexão estética.

Se os filmes, aproveitando o que Henri Focillon dizia a respeito das obras de arte em geral, são “objetos” para os quais convergem as energias de uma civilização, a cinefilia, por provocar um intenso contato com tais energias, constitui-se como uma forma privilegiada de conhecimento do mundo. Tanto a cinefilia como a sua continuação natural, a crítica cinematográfica, baseiam-se num contínuo exercício do olhar, operação fundamental dentro de uma civilização como a nossa, centrada na visão e na imagem.

Nesse encontro Luiz Carlos Oliveira Jr e Sergio Alpendre debatem essa forma de conhecimento propiciada pela cinefilia e pela crítica de cinema através de exemplos (de textos, de filmes) e de conceitos estéticos derivados dessa prática cultural moderna.

As inscrições podem ser feitas a partir de 22 de dezembro, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.

(Foto: Reprodução / Filme "A viagem a lua" (1902), de George Melles)

Palestrantes

Sérgio Alpendre

Crítico de cinema, professor, pesquisador e jornalista. Escreve para a Folha de S. Paulo desde 2008. É doutorando em cinema pela Universidade Anhembi-Morumbi, com bolsa CAPES, incluindo bolsa sanduíche para estudo em Portugal.
(Foto: Acervo pessoal)

Felipe Macedo

Diretor de Atividades Culturais no Memorial da América Latina.  Estudou Ciências Sociais e Cinema na USP. Fundou a Federação Paulista de cinematecas, o conselho Nacional de Cineclubes e o Secretariado Latino americano da Federação internacional de Cineclubes. Participou da criação dos cineclubes Bexiga (1982), Oscarito (86) e Elétrico (90). (Foto: Acervo pessoal)