Cinema militante, videoativismo e vídeo popular
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Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.
Contrariando aqueles que anunciaram o fim da história, vivemos nas últimas décadas um mundo em conflito, onde em diversos espaços travam-se lutas e resistências. A crise econômica, os embates de classes sociais e de diferentes sujeitos políticos e identitários marcam a vontade de sobreviver, se representar e mudar a realidade. Dentro destes contextos a comunicação, as novas tecnologias e o audiovisual assumem essencial papel de mobilização, denúncia, registro, visibilidade e construção de memória.
Contudo, apesar do culto à novidade de dispositivos como câmeras de celular e redes sociais, é importante lembrar que a história do audiovisual dentro das lutas sociais remonta aos primórdios do cinema. Se hoje o aceso aos meios de produção audiovisual possui alcance bem mais amplo, movimentos e artistas em diferentes épocas tentaram romper o cerco imposto pelo aparato cinematográfico industrial, tentando contar "a história sob o ponto de vista dos vencidos" (Walter Benjamin).
Muitos foram as formas de captar as vozes e as lutas das ruas: operários na França nos anos 20 e anos 60, movimentos latino-americanos entre os anos 60 e 70, com o cinema militante; movimentos sociais nos anos 80 no Brasil com o vídeo popular; chegando até às lutas contemporâneas dos anos 2000, com o videoativismo. O objetivo deste curso, portanto, é contar um pouco desta trajetória. Além disso, refletir sobre uma possível história desviante e pensar sobre diferentes formas de organização da realização cinematográfica, em sua distribuição e exibição fora dos espaços consagrados, sua produção coletiva, debate, construção de redes e espaços potenciais para a criação e a transformação.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
(Foto: Felipe Garcia Gonçalves)
Palestrantes
Gabriel de Barcelos
Jornalista pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre e doutor em Multimeios pela Unicamp, tendo defendido a tese "Cinema militante, videoativismo e vídeo popular: a luta no campo do visível e as imagens dialéticas da história".
(Foto: Acervo Pessoal)
Bibliografia
ADERALDO, Guilhermo André. Reinventando a "cidade":disputas simbólicas em torno na produção e exibição audiovisual de "coletivos culturais em São Paulo". (Tese de doutorado). São Paulo: PPG em Antropologia/FFLCH/USP, 2013.
BENJAMIN, WALTER. Obras escolhidas I: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Editora Brasiliense, 2012. (Textos: "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica" ; "O autor como produtor"; "O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov" e "Sobre o conceito de história").
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. GETINO, Octavio.
SOLANAS, Fernando. "Hacia un tercer cine". In Cine, cultura y descolonizacion. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 1973 (Textos "El cine como hecho político" e "Hacia un tercer cine").
LEANDRO, Anita. "O tremor das imagens: notas sobre o cinema militante". In Revista Devires (vol. 7, n. 2) Belo Horizonte: Fafich/UFMG, 2010.
MARINONE, Isabelle. Cinema e anarquia: uma história obscura do cinema na França (1895-1935). Rio de Janeiro: Azougue, 2009.
MOVIMENTO PASSE LIVRE, SÃO PAULO. "Não começou em Salvador, não vai terminar em São Paulo". In Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. Boitempo/Carta Maior, 2013.
NEVES, Bráulio de Britto. "Máquinas retóricas livres do documentário Ciberativista". In Doc On-line (n. 8, Agosto 2010). São Paulo/Lisboa: 2010. Disponível em http://www.doc.ubi.pt/08/artigo_braulio_neves.pdf.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2008.
NOVENTA, Diogo. Vídeo Popular- forma e contexto: Apontamentos sobre a Associação Brasileira de Vídeo Popular (1984-1995). (dissertação de mestrado). São Paulo: EACH/USP, 2013.
Data
06/12/2016 a 07/12/2016
Dias e Horários
Terça e Quarta, 19h30 às 21h30
As inscrições podem ser feitas a partir de 25 de novembro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.