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arte, imaginário e prostituição

Do mangue, do cais, do porto: prostituição, arte e patrimônio cultural

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Programa

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
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A figura da prostituta mexe com imaginário de homens e mulheres há tempos. Apesar de ser considerada “a profissão mais antiga do mundo”, a ideia de prostitua tal como existe hoje é um fenômeno relativamente recente.

No âmbito das artes, teve desde representações românticas até cruas, naturalistas. Por outro lado, essas mulheres não são apenas objeto de narrativas, mas constroem as suas próprias.

Este ciclo abordará algumas dessas representações sociais e narrativas, bem como a construção da memória das prostitutas como patrimônio imaterial.


14/08-Os sentidos da prostituição na modernidade brasileira e fabulações literárias em torno da prostituta
A prostituição, percebida como território do desejo ou como espaço da perdição, foi objeto de acirrado investimento por diferentes grupos sociais em disputa pelo controle da cidade e pelo governo das condutas.

Desde os séculos XIX e XX, face à modernização das cidades, governantes, médicos, juristas e feministas, entre outros justificavam a necessidade do combate radical às práticas dos “amores ilícitos”, a partir de concepções que satanizam as prostitutas como ameaças à ordem social. De outro, os territórios desejantes foram percebidos como espaços do erotismo, da liberação das fantasias sexuais e da expressão das formas modernas de sociabilidade.

A literatura, a pintura e o cinema tiveram peso considerável na formação do imaginário social e cultural sobre esse universo masculino, projetando imagens românticas sobre um mundo dos prazeres, fechado e proibido para as mulheres.

Recorrente no imaginário literário ocidental, a figura da prostituta se recobre de tal relevância a partir do final do século XIX que pode ser considerada uma peça chave na formação da sensibilidade modernista. Mulher da rua e da cidade, ela encarna em vários sentidos o “espírito moderno”, voltado a tudo que é “baixo”, seja o bas fond urbano, seja o baixo corporal, seja o rebaixamento linguístico. Sob esse pano de fundo, propomos interrogar textos do modernismo francês e brasileiro.

Com Margareth Rago e Eliane Robert Moraes.


21/08-A prostituta na canção e no teatro brasileiros
Nas pesquisas acerca das formas de vida da mulher brasileira destaca-se um grupo que faz referência a um determinado comportamento que permeia todo o século XX e XXI.
Observa-se esse fato em algumas letras de canções brasileiras e na série nacional intitulada de “O Negócio”, exibida no canal HBO.

Trata-se da figura feminina que não se enquadra apenas no espaço doméstico, mas que ocupa, também, o espaço público. Temos, assim, a mulher que cumpre o papel temático de “meretriz”: a representação da prostituição nas artes.

Da mesma forma, por meio da análise e interpretação de contornos identitários, sociais, ideológicos e culturais delineados nas peças Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues; Navalha na carne, O abajur lilás e Querô: uma reportagem maldita, de Plínio Marcos, este debate também abordará questões de identidade, poder e representação social, acrescidas de discussões sobre aspirações/frustrações individuais das prostitutas que se encontram em cena.

Com Lilian Marques e Wagner Corsino Enedino.


28/08-As prostitutas tomam o protagonismo: a DASPU e a literatura feita por prostitutas
Trata-se de apresentar um recorte na abordagem midiática acerca de DASPU. Projeto da ONG Davida, a grife propõe visibilidade a questões de Direitos Humanos, civis e sociais e da regulamentação profissional da prostituta. Apresenta-se o interesse da mídia nacional e internacional a partir do bom humor, duplo sentido, originalidade e coragem da DASPU, um Design de contestação ocupando o mesmo espaço destinado ao “tradicional mundo da moda”. Também será objeto de debate a literatura feita pelas próprias trabalhadoras sexuais, cis e trans, que não é, nem poderia ser, unívoca, uma vez que as realidades são múltiplas e múltiplas as identidades que exercem essa profissão; as diferenças entre as narrativas feitas pelas prostitutas e por outros sobre elas, assim como as questões que essa escrita revela.

Com Ana Beatriz Pereira de Andrade e Amara Moira.


04/09-Prostitutas, memória e patrimônio imaterial: o cemitério das polacas e o Museu do Sexo das Putas
Marginalizadas socialmente em vida, mas também espacialmente na morte, prostitutas judias, conhecidas popularmente como “polacas”, fundaram os seus próprios cemitérios. A mesa analisará os desdobramentos de uma dissertação de mestrado, que ampliou os seus aspectos e nos últimos vinte e cinco anos vem se debruçando para preservação dos espaços de memória deixados pelas polacas entre Rio de Janeiro, São Paulo e Santos. (http://polacas.blogspot.com.br/). Será enfocado, da mesma forma, o Museu do Sexo das Putas, uma intervenção artística com trabalhos de diferentes linguagens e formatos em um dos hotéis da Rua Guaicurus, zona tradicional de prostituição no centro de Belo Horizonte, e o projeto para transformá-la em patrimônio imateria (http://museudasputas.wixsite.com/museu).

Com Beatriz Kushnir e Cida Vieira.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Ilustração: Henri de Toulouse Lautrec)

Palestrantes

Lilian Marques

Lilian Marques

Professora doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP-Campus de Araraquara. Sua linha de pesquisa é o discurso: sentido, comunicação, literatura e representação, com ênfase em Semiótica francesa, das culturas, e Semiótica da canção.
(Foto: Acervo Pessoal)

Ana Beatriz Pereira de Andrade

Ana Beatriz Pereira de Andrade

Doutora em Psicologia Social. Professora no Departamento de Design da FAAC/UNESP. Coordenadora Científica do NUPE (Núcleo de Pesquisa e Extensão do Negro – UNESP).
(Foto: Acervo Pessoal)

Beatriz Kushnir

Beatriz Kushnir

Doutora em História pela UNICAMP, Diretora-Geral do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, Professora do Programa de pós-graduação em Gestão de Arquivos (PPGARQ/UNIRIO).
(Foto: Marcelo Gatti)

Cida Vieira

Cida Vieira

Presidente da APROSMIG- Associação das Prostitutas de Minas Gerais.
(Foto: Fernando Barbosa e Silva)

Data

14/08/2017 a 04/09/2017

Dias e Horários

Segundas, 19h30 às 21h30

As inscrições podem ser feitas a partir de 25 de julho às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira