Atividades

Ciclo aborda as principais questões acerca das identidades de gênero na sociedade brasileira contemporânea.

Gêneros em trânsitos

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Programa

O ciclo reúne pesquisadores, militantes trans e travestis que dialogam com o público acerca de algumas das questões centrais sobre identidades de gênero na sociedade brasileira contemporânea, como: a luta pela despatologização das identidades trans, tratadas ainda como transtornos mentais; o dilema entre pressão social e desejo pelo enquadramento em estereótipos de gênero; a discriminação que coloca travestis em situação de vulnerabilidade (bem como os inúmeros estereótipos que folclorizam a figura da travesti); transexualidade na infância e a relação com a educação escolar; o transfeminismo e as relações - ora conturbadas, ora de aproximação - com o feminismo e o feminismo negro. O ciclo se encerra com um debate acerca do cotidiano de pessoas trans em suas relações familiares, sociais e mercado de trabalho.

Com mediação de Hailey Kaas.

03/08 – Patologização/despatologização das identidades trans 

Nesse encontro será abordada a relação dos homens (trans) brasileiros e a despatologização das identidades (trans). Serão esboçadas algumas interpretações para a recusa desta população em adentrar na luta pela despatologização, como o desconhecimento da campanha internacional pela despatologização, o medo do Estado brasileiro retirar direitos da população (trans) caso sua condição seja despatologizada e alguns exemplos dos impactos na vida das pessoas (trans) ao sua experiência ser patologizada.

 

Com André Lucas Guerreiro.

Com Luciano Palhano.

04/08 – Atenção à saúde, estereótipos de gênero e cisgeneridade

Considerações sobre os conceitos de cisgeneridade e cisnormatividade, de maneira a estimular conversas a respeito de possibilidades de resistência, pensando em diversidades corporais e de identidades de gênero. A cisgeneridade, resumidamente compreendida como a identidade de gênero 'normal' (em contraposição às identidades trans, não binárias), ao se produzir como um referencial normativo para as formações corporais e identidades de gênero, constitui cisnormatividades que marginalizam e excluem pessoas trans e gênero-diversas de culturas e sociedades, especialmente nas interseções com raça-etnia, (d)eficiência e classe socioeconômica. A partir de considerações sobre o “processo transexualizador” do [C]istema Único de Saúde, serão propostas problematizações sobre as limitações estruturantes desta política e sobre suas cumplicidades com um mundo onde cisnormatividades e estereótipos de gênero produzem hierarquias, desigualdades e violências institucionais e não institucionais contra diversidades corporais e de identidades de gênero.

Com Viviane Vergueiro.

05/08 – (Des) construindo travestilidades

Dois níveis de estigmatização pairam sobre a figura da travesti. De um lado sua identidade não-normativa, nem completamente mulher mas, tampouco homem. De outro a profissão a que ela se encontra relegada em, estatisticamente 90% dos casos, mas para o senso comum, em 100% deles: a prostituição. Será abordada a construção histórica da travestilidade no Brasil traçando paralelos com o desenvolvimento de terceiras-identidades em outras sociedades.

Com Amara Moira.
Com Amanda Palha.

06/08 – Transexualidade na infância e em ambiente escolar: para além da tolerância

A literatura indica que um número significativo de adultos transgênero se lembra de vivências de gênero divergentes das socialmente estabelecidas para si, desde a infância. Essas lembranças geralmente são acompanhadas de relatos de preconceito, discriminação e negação quanto à própria identidade de gênero. A presente palestra abordará as implicações psicossociais, em jovens e adultos, da forma como, quando crianças, compreendiam e reagiam a situações de reconhecimento e de conflito com o gênero com o qual se identificam.

Com Jaqueline Gomes de Jesus.

07/08 – Mulheres (trans) feministas e suas relações com o movimento feminista

Serão abordadas questões que relacionam e distanciam o movimento das pessoas trans* feministas do feminismo corrente (mainstream) e do feminismo negro. Quais são nossas semelhanças e diferenças? É possível construir um feminismo que pense na condição das mulheres trans* e/ou negras? Quais são os desafios impostos por uma política identitária que trabalha para nos dividir e individualizar.

Com Hailey Kaas.
Com Maria Clara Araújo.

08/08 – Histórias de vidas: Relações sociais, familiares e trabalho

Nesse encontro o público conhecerá o projeto TransHistórias realizado pelo Museu da Pessoa em parceria com o Instituto Barong. Utilizando a metodologia de memória oral do Museu da Pessoa, o projeto registra em vídeo histórias de vida de travestis e transexuais. As entrevistas serão o mote para discussão acerca dos desafios enfrentados por pessoas trans e travestis em suas relações cotidianas.

Com Rosana Miziara.
Com Barry M. Wolfe.
Com Roberto Catelli Jr.


Atividade com tradução em LIBRAS.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Imagem ilustrativa: Torbakhopper CC BY 2.0)

 

Palestrantes

André Lucas Guerreiro

André Lucas Guerreiro

Bacharel em Ciências Sociais pela UFPR, Mestre em Ciências Sociais pela UFRN. (Foto: Acervo pessoal)

 

Luciano Palhano

Luciano Palhano

Coordenador nacional do IBRAT. Coordenador executivo do FONATRAN e membro da comissão executiva do Fórum Paulista de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans. (Foto: Acervo pessoal)

Amanda Palha

Amanda Palha

Educadora popular e assessora parlamentar, ativista da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco.
(Foto: Acervo Pessoal)

 

Jaqueline Gomes de Jesus

Jaqueline Gomes de Jesus

Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela UnB. Pós-doutora pela Escola Superior de Ciências Sociais da FGV. 

 

Rosana Miziara

Rosana Miziara

Mestre em História Social pela PUC-SP e doutoranda em Museologia pela Universidade Lusófona de Lisboa - é Gestora de Relações Institucionais do Museu da Pessoa.
(Foto: Acervo pessoal)

 

Barry M. Wolfe

Barry M. Wolfe

Fotógrafo e ativista dos Direitos Humanos. Formado em Direito Internacional e Criminologia pelas Universidades de Cambridge e Yale. É fundador e diretor da SOS Dignidade, projeto não governamental, de ação direto em direitos humanos associado ao Instituto Cultural Barong. (Foto: Acervo pessoal)

 

Roberto Catelli Jr

Roberto Catelli Jr

Historiador pela PUC/SP, mestre em História Econômica e doutor em Educação, ambas pela USP. Coordenador do Programa Educação de Jovens e Adultos da Ação Educativa.
(Foto: Acervo pessoal)

 

Data

03/08/2015 a 08/08/2015

Dias e Horários

Segunda a Sábado, 15h30 às 18h.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo/SP
 

Valores

R$ 18,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 30,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 60,00 - inteira