Atividades

Ciclo com quatro encontros que discutem diferentes possibilidades de infância e o brincar como direitos fundamentais de toda criança.

Infâncias e brincar como direitos da criança

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Programa

O brincar está intrinsecamente conectado as formas de conceber as possíveis infâncias em uma determinada cultura e sociedade. Neste ciclo, pesquisadores e profissionais de diversas áreas se encontram para problematizar aspectos diversos da infância e do brincar na nossa sociedade.

 

25/05 – Brincar a partir do olhar para a infância: séc. XIX até a contemporaneidade 

A atividade propõe um olhar acerca do brincar (ou não brincar) considerando a existência de não “uma infância”, mas de diversas infâncias, pairando sobre a invisibilidade de algumas infâncias desde o século XIX até os dias atuais.

 

O debate será iniciado lançando olhar para a iconografia do século XIX, considerando as questões de gênero, raça e classe social e deste modo problematizando a representação presente no imaginário social desse período e evidenciando a maneira pela qual a criança e a infância foram retratadas no século XIX e início do século XX, em especial, a criança negra.  Já na contemporaneidade, uma série de conquistas legais referentes a criança estão presentes, no entanto, a realidade segue muito diferente e os direitos prescritos não são garantidos da mesma forma a todas. Neste contexto o “direito ao brincar”, também se configura a partir de fatores sociais, culturais e econômicos e influenciam fundamentalmente para uma menor ou maior garantia. Analisaremos as diversas infâncias e como tais fatores podem influenciar na garantia do direito ao brincar das crianças e consequentemente no seu desenvolvimento.

 

26/05 – Concepções indígenas de infância: olhares sobre brincar, aprendizagem e participação infantil

Os estudos da Antropologia da Criança Indígena no Brasil trazem contribuições significativas para compreendermos como na infância indígena, a educação se dá a partir das formas como cada comunidade pensa e organiza a vida coletiva a fim de garantir o futuro das novas gerações. Os estudos recentes deste campo de conhecimento, pautados numa etnografia que vem se consolidando como conhecimento sobre as sociedades indígenas desde a década de 1990, evidencia que nas pesquisas sobre a criança indígena ainda está presente uma visão “adultocêntrica” e etnocêntrica.

 

A infância em todas as sociedades indígenas é um tempo do viver e aprender coletivamente, não há hierarquias nas aprendizagens e nem em quem ensina, pois tanto a criança aprende quanto ensina. Os papeis sociais da criança são diferentes em cada contexto social destas comunidades e assim, pode-se afirmar que não há uma única forma de ser criança ou concepção de infância entre os povos ameríndios. O brincar expressa esta liberdade de aprender e ensinar coletiva que evidencia os contextos ambientais e históricos que cada um dos aproximadamente 300 grupos étnicos que vivem no Brasil. Neste processo, aparentemente despretensioso e lúdico, a criança vai dando sentido e significado a sua forma única de ser e estar no mundo, como parte de uma cosmologia que é própria de cada sociedade indígena. 

 

 

27/05 – Brincar na diversidade: infância, identidade e diferença

Para tentar dar conta de questões que tratam do brincar, do brinquedo e do direito da criança, a Profa. Leni Dornelles discute como as crianças funcionam nas brincadeiras com bonecos e bonecas com corpos “diferentes”. Nessa discussão são tratados os efeitos que o brincar apenas com um tipo de corpo (magro, branco, de cabelos lisos, etc.) vem produzindo nos corpos infantis. Qual a relação que pode haver entre bonecos ‘gordos, negros, cadeirantes, velhos, etc.’, a infância e a educação das crianças? Será que em nossas escolas estamos trabalhando para que um outro estilo de brincar possibilite a fabricação de crianças mais generosas e menos preconceituosas? Será que estamos tratando de uma educação antirracista desde a educação infantil? 

 

As professoras Amanda Gomes e Fátima Pinheiro compartilham a experiência e os resultados do trabalho com diversidade étnico-racial e de gênero na educação infantil. Diluídas dentro dos fazeres cotidianos das crianças, as ações são pensadas em todos os âmbitos: na escolha dos brinquedos (panelinhas, carrinhos, fantasias, sapatos de salto, bonecas, caixas temáticas de cabeleireiro e escritório), nas imagens que são colocadas nas salas, nas brincadeiras de quintal e de roda, nos textos e livros que serão lidos e na forma de falar e escrever com os meninos e meninas e demais adultos envolvidos no cotidiano.

 

28/05 – Tarja Branca – A revolução que faltava

Documentário produzido a partir de depoimentos de pessoas de diferentes origens, gerações e profissões aborda o brincar como um dos aspectos fundamentais da natureza humana. O filme coloca em questão a interligação entre o brincar e o espírito lúdico cada vez mais frágil no cotidiano de homens e mulheres que vivem em grandes cidades. O título “Tarja branca” ironiza o crescente uso dos medicamentos controlados especialmente entre crianças.  

 
(Foto: Vincenzo Pastore)

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Leni Vieira Dornelles

Leni Vieira Dornelles

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua principalmente nos seguintes temas: educação infantil, ciberinfância e educação, modelos pedagógicos de educação à distância, estudos da criança. (Foto: Acervo pessoal)

 

Ione Da Silva Jovino

Ione Da Silva Jovino

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Docente no curso de Letras da Universidade Estadual de Ponta Grossa/Paraná e do Mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade. Integrante do Núcleo de Relações Étnico-Raciais, Gênero e Sexualidade (UEPG). (Foto: Acervo pessoal)

 

Tatiana Cardoso

Tatiana Cardoso

Advogada militante na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes. Atuou em CEDECAs -Centro de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e na ANCED-Associação Nacional dos CEDECAs. Atualmente é consultora da RENADE - Rede Nacional de Defesa do Adolescente em Conflito com a Lei. (Foto: Acervo pessoal)

 

Beleni Grando

Beleni Grando

Professora da Universidade Federal de Mato Grosso, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFMT, coordenadora do Grupo de Pesquisa Corpo, Educação e Cultura – COEDUC/CNPq. (Foto: Acervo pessoal)

 

Félix Rondon Adugoenau

Félix Rondon Adugoenau

Professor Bororo, Coordenador da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso.

 

Amanda Gomes Pinto

Amanda Gomes Pinto

Formada como “Professora de séries iniciais e educação infantil” pela USP. Especialização em Educação Infantil pela Faculdade Barão de Mauá. Cursando Pedagogia na Uninove e especialização em “Diversidade Étnica e Racial” na Unifesp.

Fátima Regina Pinheiro

Fátima Regina Pinheiro

Pedagoga pela UMC e Complementação Pedagógica em “Supervisão Escolar” na UnG. Atua em educação infantil e fundamental.

 

Cacau Rodhen

Cacau Rodhen

Diretor de Tarja Branca – A revolução que faltava. 

 

Bibliografia

ABRAMOWICZ, A. ; Débora de Barros Silveira ; JOVINO, I. S. ; SIMIAO, L. F. . Imagens de crianças e infâncias: a criança na iconografia brasileira dos séculos XIX e XX. Perspectiva (UFSC), v. 29, p. 263-293, 2011:

 https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-795X.2011v29n1p263

 

Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU:

 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D99710.htm

 

Estatuto da Criança e do Adolescente:

 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

 

GRANDO, B. S. (Org.); CARVALHO, D. (Org.) ; DIAS, T. L. (Org.) . Crianças - Infâncias, culturas e práticas educativas. 1. ed. Cuiabá-MT: EdUFMT, 2012. v. 1. 311p .

 

Lei 13.010/2014 (estabelece o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei nº 9.394 (20/10/1996). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm

 

TASSINARI, Antonella (Org.) ; GRANDO, B. S. (Org.) ; ABUQUERQUE, Marcos Alexandre dos Santos (Org.) . Educação Indígena: Reflexões sobre noções nativas de infância, aprendizagem e escolarização. 1. ed. Florianópolis-SC: UFSC, 2012. v. 1. 304p .

 

Data

25/05/2015 a 28/05/2015

Dias e Horários

Segunda a quinta, 14h30 às 17h30.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 
4º andar do prédio da FecomércioSP 
Bela Vista - São Paulo/SP

Valores

R$ 18,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 30,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 60,00 - inteira

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