Jornalismo policial
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Composto por quatro encontros, o curso, realizado em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP, tem por objetivo debater as mudanças na cobertura policial e a função social e política de jornalistas e comunicadores, assim como as contradições entre dados e análises criminais e entre acesso a informação e garantias constitucionais individuais, nas notícias veiculadas pela imprensa.
09/10 - De Mineirinho ao PCC
O efeito das transformações no tipo de cobertura feito pelos principais jornais brasileiros sobre o tema violência e segurança pública, desde os tempos dos criminosos famosos, como Mineirinho e Bandido da Luz Vermelha, quando os jornalistas policiais formavam grupos numerosos nas redações, com relação de proximidade com as fontes policiais, até os dias de hoje, quando o crime se estruturou e se tornou um problema social complexo, atingindo diretamente o cotidiano de algumas comunidades e desconcertando as autoridades responsáveis pela segurança pública.
A relevância social alcançada pelo tema violência e segurança pública e a redução das equipes responsáveis por cobrir o tema nos jornais.
Com Marcelo Beraba.
11/10 - O crime organizado na mídia impressa nacional
Durante o calor dos acontecimentos dos ataques do PCC em 2006, uma verdadeira explosão de notícias, matérias jornalistas e editorais na imprensa periódica impressa teve por alvo esclarecer os fatos e sobretudo discutir políticas públicas de segurança.
Para o tratamento deste caso, serão abordados quatro aspectos:
a) a cronologia dos acontecimentos, desde o desencadear das primeiras ações até o término do ciclo de ataques;
b) os processos sociais que acabaram por promover o enraizamento do crime organizado entre homens e mulheres comuns, sobretudo habitantes dos bairros com elevada concentração de trabalhadores urbanos de baixa renda e vinculados ao mercado informal;
c) o processo histórico que assistiu a emergência do crime organizado no Estado, desde fins da década de 1960 até o aparecimento do PCC, em 1993; d) as reações do poder público em suas tarefas de conter o crime organizado no estado de São Paulo.
Com Sérgio Adorno.
16/10 - Jornalismo, violência e segurança pública
O jornalismo policial e as histórias de crime e de violência sempre produziram notícias que despertavam o interesse do público.
Eram abordados principalmente em jornais populares como Última Hora e Notícias Populares, passando por programas de rádio como Gil Gomes, Afanásio Jazadji e por noticiários televisivos como Aqui e Agora.
Nos dias de hoje, quando o problema da segurança pública atinge uma nova dimensão econômica e política, demandando gastos crescentes do Estado, os grandes jornais diminuíram suas equipes especializadas e passaram a tratar o assunto eventualmente. Exceções são programas popularescos cujo formato segue o dos antigos noticiários.
A aula buscará discutir por que, apesar da transformação no quadro de segurança pública, o jornalismo policial segue com fórmulas antiquadas e por que o jornalismo que trata de segurança pública e violência é importante para a democracia.
Com Bruno Paes Manso.
18/10 - Jornalismo policial e julgamentos de homicídio por Tribunais do Júri: o caso Gil Rugai
Muito se questiona o papel do jornalismo policial no desenrolar de investigações criminais e de julgamentos. Casos como o da morte da menina Isabella Nardoni (março de 2008), o do sequestro e assassinato da jovem Eloá (outubro de 2008) e o do julgamento de Gil Rugai (fevereiro de 2013) estão entre vários que suscitam questões sobre a liberdade de imprensa frente a garantias constitucionais individuais (como a presunção de inocência, o direito de defesa) e a necessidade ou não de sigilo durante investigações policiais.
Na aula se abordará, a partir do julgamento de Gil Rugai, como o jornalismo policial interfere no sistema de justiça criminal e, afinal, qual a função social e política da imprensa sob a perspectiva do Estado Democrático de Direito.
Com Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer.
Mediação: Marcelo Batista Nery.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
(Foto: Kurt Bauschardt)
Palestrantes
Bruno Paes Manso
Jornalista, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, autor de “República das Milícias - dos esquadrões da morte à era Bolsonaro” (vencedor do Prêmio Jabuti de 2021) e co-autor de “A Guerra - ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil”, escrito com Camila Nunes Dias.
(Foto: Priscila Pezato)
Marcelo Batista Nery
Sociólogo (USP) e tecnólogo (INPE), com doutorado sanduíche em UC Berkeley, EUA. Atualmente desenvolve pesquisas no NEV-USP.
(Foto: Acervo Pessoal)
Sérgio Adorno
Doutor em Sociologia (USP) e professor titular (FFLCH/USP). Foi presidente da ANDHEP, coordenador científico do NEV-CEPID/USP e diretor da FFLCH. É fundador e coordenador científico do NEV-USP.
(Foto: Acervo Pessoal)
Ana Lúcia Pastore
Cientista social, antropóloga e advogada (USP). Atualmente é professora do Depto. de Antropologia (USP), coordenadora do Núcleo de Antropologia do Direito (NADIR-USP).
(Foto: Acervo Pessoal)
Marcelo Beraba
Jornalista (UFRJ). Foi ombudsman e diretor da sucursal carioca da Folha de S. Paulo e presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo-ABRAJI. Atualmente é diretor de O Estado de S. Paulo em Brasília.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
09/10/2017 a 18/10/2017
Dias e Horários
Segundas e Quartas, 19h30 às 21h30
As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de setembro às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.