Memória, Patrimônio e Museologia Social

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

Inscrições a partir das 14h do dia 08/08/2016 na Central de atendimento do Centro de Pesquisa e Formação.

O curso pretende contribuir para a reflexão, o desenvolvimento e a apropriação de conteúdos, informações e experiências relativas ao campo da Memória, do Patrimônio e da Museologia Social.

São objetivos do curso:
- Compreender as dimensões poéticas e políticas dos campos da memória, do patrimônio e do museu.
- Refletir sobre as articulações entre memória, patrimônio e museu na contemporaneidade.
- Colaborar para a reflexão, o desenvolvimento e a apropriação de conteúdos, informações e experiências no campo da memória, do patrimônio e da Museologia Social.
- Estimular o desenvolvimento de práticas e reflexões em diálogo com a Museologia Social.
- Propiciar experiências diretas com práticas de Museologia Social desenvolvidas na cidade do RJ.

Voltado a profissionais do campo da cultura, da memória, do patrimônio e dos museus, estudantes de ciências humanas e sociais, educadores, artistas, poetas, militantes sociais e demais interessados no tema. Serão aulas expositivas, debates, leituras coletivas e individuais.
Oficinas envolvendo pesquisa de campo, observação, realização de fotografias e vídeos. Apresentação de vídeos. Estudos, pesquisas e orientações virtuais. Avaliação coletiva e participativa.


Programa

I. POÉTICA E POLÍTICA DE MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E MUSEU. OFICINA DA PALAVRA E OFICINA DO OBJETO.
O lugar das memórias, dos patrimônios e dos museus na expressão de poetas modernistas e contemporâneos. A poética dos museus e dos patrimônios. Entre palavras e coisas. Entre a literatura e a pintura. Oficina da palavra. Oficina do objeto.

II. MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E MUSEU NA CONTEMPORANEIDADE: A PERMANÊNCIA DA GOTA DE SANGUE. REFLEXÕES E PRÁTICAS DE INVENTÁRIO PARTICIPATIVO E CARTOGRAFIA SOCIAL.
Memórias, patrimônios e museus em debate. Memórias, patrimônios e museus como dispositivos de ocupação do passado, do presente e do futuro. Museus, patrimônios, lugares de memória e monumentos como heterotopias. Reflexões e práticas de inventário participativo e cartografia social na atualidade.

III. DA MUSEOLOGIA COLONIAL AOS DESAFIOS DA DESCOLONIZAÇÃO DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO. IMAGINAÇÃO MUSEAL, MUSEOLOGIA E PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO.
Do museu e da museologia como dispositivos coloniais e colonizadores. Exemplos clássicos de museus coloniais. A germinação e irradiação de museus coloniais seguindo o corte e o molde europeu. Os desafios da descolonização do pensamento museológico. As articulações entre imaginação museal, museologia e pensamento social brasileiro, a partir de Gustavo Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro, passando por Nise da Silveira, Bertha Lutz e Heloísa Alberto Torres, chegando ao Museu da Maré e seus desdobramentos.

IV. DA MUSEOLOGIA SOCIAL COMO CAMPO PROPÍCIO PARA A ECOLOGIA DE SABERES. MUSEOLOGIA SOCIAL: GERMINAÇÕES E IRRADIAÇÕES.
Articulações entre a Museologia Social e o pensamento de Boaventura de Souza Santos. Germinações e irradiações: experiências e práticas nacionais e internacionais relevantes para a Museologia Social. De volta a alguns documentos importantes para a denominada Museologia Social. E mais uma vez de volta ao futuro: germinações e irradiações.

V. VIAGEM DE ESTUDO: MERGULHO NAS PRÁTICAS DE MUSEOLOGIA SOCIAL E ALGUNS ANTECEDENTES

02/11 (quarta-feira/feriado): SÃO PAULO (SP) /RIO DE JANEIRO (RJ)

03/11 (quinta) - manhã: MUSEU DE FAVELA:
O território-museu situa-se nas favelas Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, tem a musealização de toda região como um desafio. A instalação da galeria-piloto a céu aberto e o circuito das Casas-Telas, permite conhecer os modos de trabalho, as estratégias participativas, os desafios de “musealização” e gestão de um museu territorial, o cotidiano da favela e seu patrimônio cultural.

03/11 (quinta) - tarde: MUSEU DA MARÉ:
Se a favela é lugar de memória, nada mais significativo do que se fazer uma leitura museográfica a partir de tal percepção. Neste sentido, o Museu é um conjunto de ações voltadas para o registro, preservação e divulgação da história das comunidades da Maré, em seus diversos aspectos.

04/11 (sexta) – manhã e tarde: MUSEU VIVO DE SÃO BENTO (RJ):
Nas ruínas de uma antiga fazenda, o museu de percurso conta com um complexo que abriga também um sítio arqueológico indígena, além dos vestígios da presença humana no tempo presente, como sambaquis, tupinambás, ocupação lusitana, resistência quilombola e novas ocupações. Oferece uma leitura crítica das trajetórias humanas das suas lutas, das resistências e das conformações, com enfoque na educação patrimonial em cumplicidade com a população local.

05/11 (sábado): MUSEU DA REPÚBLICA (RJ) E AULA DE ENCERRAMENTO:
O museu propõe  um panorama da história republicana, sendo o prédio símbolo do poder econômico da elite cafeicultora escravocrata e palco de intensas articulações políticas e ainda, memórias de momentos de consternação e comoção nacional. Além da visitação será possível refletir sobre praticas de articulação de museologia social em um museu clássico..

06/11 (domingo): RIO DE JANEIRO (RJ)/ SÃO PAULO (SP)

 Com Mario Chagas.

Palestrantes

Mário de Souza Chagas

Poeta, museólogo, professor da UNIRIO mestre em Memória Social e doutor em Ciências Sociais. É um dos responsáveis pela Política Nacional de Museus e um dos criadores do Sistema Brasileiro de Museus, do Cadastro Nacional de Museus, do Programa Pontos de Memória, do Programa Nacional de Educação Museal e do Instituto Brasileiro de Museus. (Foto: Acervo pessoal)