Atividades

As experiências que definiram o perfil da produção cinematográfica no Brasil

O Cinema Brasileiro sob uma Perspectiva Histórica

Voltar para o início O Cinema Brasileiro sob uma Perspectiva Histórica

Programa

O curso, através de aulas expositivas e análise de filmes, destaca as experiências que definiram o perfil da produção cinematográfica no Brasil em seu percurso dos anos 1920 ao século XXI.

Apresenta tópicos transversais que abordam aspectos específicos deste percurso histórico, destacando a sua filmografia, seu desenvolvimento cultural e econômico e seus principais protagonistas.

Trata-se de um projeto da Cinemateca Brasileira e da SAC- Sociedade Amigos da Cinemateca, com supervisão de Ismail Xavier e coordenação de Cláudia Ciarrocchi Ferreira e Roberto Moreira S. Cruz.

04/06. O Documentário Brasileiro nos Anos 1920 e 1940: dos Naturais ao Cinema Educativo
Este tópico destaca os documentários brasileiros realizados nos anos 1920 e 1940. Serão analisados a partir de dois eixos temáticos: os rituais do poder, filmes dedicados à representação de eventos cívicos e espaços monumentais identificados às nossas elites; e o berço esplêndido, dedicados aos aspectos de nossa natureza exuberante. Por fim, será estudado o projeto delineado por intelectuais nos anos 1920 e 1930 de produção de filmes educativos, proposta que será concretizada com a criação do Instituto Nacional de Cinema Educativo em 1936.
Com Eduardo Morettin.

06/06. A Trajetória de Luiz de Barros: Relações do Cinema com Outras Mídias e Práticas Culturais
A relações intermidiáticas entre cinema e outras mídias e práticas culturais, por meio das atividades realizadas pelo diretor, produtor e cenógrafo Luiz de Barros, entre as décadas de 1910 e 1940. Entre os tópicos a serem discutidos, estão as relações estabelecidas em seus filmes com elementos teatrais, em particular com o teatro de revista; as experiências de Barros com espetáculos de palco; os primeiros filmes sonoros, levando para o cinema artistas de sucesso nos palcos; e as adaptações de textos teatrais e filmes musicais realizados para a Cinédia, nos anos 1930-40.
Com Luciana Corrêa de Araújo.

11/06. Humberto Mauro: da Produção Regional aos Filmes de Caráter Educativo
A trajetória do cineasta mineiro Humberto Mauro entre os anos 1920 e 1940. Sua produção ficcional em Cataguases entre 1926 e 1929, sua passagem pela Cinédia, com especial destaque para Ganga Bruta (1933), e Brasil Vita Films, da produtora e atriz Carmen Santos. Será discutida também a relação do filme Descobrimento do Brasil (1937) com o seu contexto histórico, e alguns dos documentários cívicos produzidos pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo. Por fim, nesse panorama dedicado ao patriarca do cinema novo, será examinada a série Brasilianas.
Com Eduardo Morettin.

13/06. Entre o Artesanato e a Indústria: o Cinema de Ficção no Brasil (1920-1949)
A diversas tentativas de se produzir cinema de ficção no Brasil entre 1920 e 1949, tendo Hollywood como referência estética e/ou de modo de produção. No contexto do período silencioso serão abordadas as atividades do diretor José Medina e do produtor Almada Fagundes, bem como das produtoras ApaFilm e Aurora Film. Após o advento do som serão destacadas a Cinédia, de Adhemar Gonzaga, e a Sonofilm, de Alberto Byington Jr. Também serão analisados os primeiros anos de atividade da Atlântida, cuja experiência foi inovadora para o cinema brasileiro de então.
Com Arthur Autran.

18/06. O Trabalho da Mulher no Cinema Brasileiro (1920-1940)
As atividades profissionais exercidas pelas mulheres no cinema brasileiro, abrangendo desde o período silencioso até a década de 1940. Além de analisar a representação do trabalho da mulher nos filmes silenciosos, em tensionamento com os modelos mais tradicionais que regulavam o comportamento feminino, serão destacadas as atividades exercidas pelas mulheres no meio cinematográfico, seja como atrizes, seja em trabalhos por trás das câmeras, a exemplo das atrizes e diretoras Carmen Santos, Cléo de Verberena e Gilda de Abreu.
Com Luciana Corrêa de Araújo.

20/06. Cultura Cinematográfica e Vanguarda (1920-1949)
As primeiras manifestações de reflexão sobre o cinema no Brasil. No período de 1920 a 1930 serão destacadas as revistas Cinearte e A Scena Muda, ambas voltadas para o grande público; bem como o periódico O Fan – órgão do primeiro cineclube brasileiro, o Chaplin Club. A aula também versará sobre o ressurgimento do cineclubismo nos anos 1940, com destaque para o Clube de Cinema de São Paulo e a Filmoteca do MAM. Finalmente, será apresentado o filme Limite (1931), de Mário Peixoto, obra prima da cinematografia brasileira pela sua ousadia estética ímpar.
Com Arthur Autran.

25/06. A Vera Cruz e o mito do cinema industrial
No final do decênio de 1940 surgia em São Paulo uma companhia cinematográfica que se imaginava de porte internacional: a Vera Cruz. Concebida por industriais italianos bem sucedidos, já vitoriosos na criação de uma companhia teatral de repertório, o TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, a produtora logo atraiu a atenção do mundo profissional com a promessa de finalmente instalar no Brasil um eficiente regime de estúdio. O projeto ambicioso durou apenas cinco anos, tendo conhecido seu apogeu - lançamento de O cangaceiro e Sinhá moça - justamente quando já estava falido.
Com Carlos Augusto Calil.

27/06. Chanchada: o cinema brasileiro nos braços do público
A Atlântida foi uma empresa carioca fundada nos anos 1940 para produzir filmes de alcance social. Mas o projeto de produzir filmes socialmente responsáveis não foi longe. Ela teve então de adotar as comédias populares com as quais se reergueu e atravessou o decênio de 1950 em grande atividade, lançando regularmente uma ou duas chanchadas por ano. Tendo consagrado a dupla de comediantes Oscarito-Grande Otelo, constituiu o maior fenômeno de adesão do público ao cinema brasileiro em todos os tempos, rechaçado unanimamente pela crítica e a inteligência do país pela sua suposta vulgaridade.
Com Carlos Augusto Calil.

02/07. Cinema Novo I, pré-64: rumo à Revolução
No começo dos anos 60, o Brasil se politizava em todas as áreas, e no campo do cinema isso resultou numa versão particular do cinema de autor. A proposta cinemanovista era a de uma modernidade estética anti-imperialista, rebelada em termos de linguagem e de esquemas de produção, buscando uma violência simbólica – uma “estética da fome” – afinada à revolta popular. Nos termos do Cinema Novo pré-Golpe, ser autor era ser revolucionário.
Com Leandro Saraiva.

04/07. Cinema Novo II, pós-64: o trabalho de luto
Com o Golpe, as esperanças revolucionárias mostraram-se um castelo de cartas. Os militares apoiavam-se num conservadorismo de massas e num projeto de modernização excludente e subordinada aos interesses do centros capitalistas mundiais. O Cinema Novo tomou para si a tarefa árdua de digerir a derrota, internalizando a crise em sua exploração de formas estéticas tensionadas, antiufanistas.
Com Leandro Saraiva.

10/07. 1ª Parte: Experimentações do cinema moderno nos anos de chumbo (1967-74)
Se Terra em Transe ofereceu a resposta mais vigorosa do cinema brasileiro moderno ao golpe de 1964, um leque variado de propostas a desdobrou ou coexistiu com ela entre 1967 e 1974. Esta aula examinará filmes representativos do período de diretores como Julio Bressane, Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci, Artur Omar, entre outros.
Com Mateus Araújo.

11/07. 2ª Parte: Experimentações do cinema moderno nos anos de chumbo (1967-74)
Examinará um conjunto paralelo de filmes que também reagiam a seu modo aos processos históricos em curso no Brasil do período, investindo na experimentação radical e associando-a frequentemente à confrontação política com a ditadura. Entre estes, filmes como: Viagem ao fim do mundo (F. Coni Campos, 1968), O Bandido da Luz Vermelha (R. Sganzerla, 1968), Jardim de Guerra (N. de Almeida, 1968-70), O Jardim das Espumas (Luiz Rosemberg Filho, 1970) e Cuidado Madame (J. Bressane, 1970).
Com Mateus Araújo.

16/07. 1ª Parte - O período da Embrafilme coprodutora e distribuidora: o perfil temático e estético do cinema ao longo dos anos 1970 - 1980
As formas de marginalidade ou de inserção do Cinema Novo e de outras vertentes na política estatal da Embrafilme. O incentivo aos filmes históricos e às adaptações literárias, suas polaridades exemplares: Os inconfidentes/Independência ou Morte e São Bernardo/Dona Flor e seus dois maridos. O diagnóstico do presente: Iracema, Lúcio Flávio- o passageiro da agonia e Bye bye Brasil. O outro lado da moeda: a comédia erótica e seu público.
Com Ismail Xavier.

18/07. 2ª Parte - O período da Embrafilme coprodutora e distribuidora: o perfil temático e estético do cinema ao longo dos anos 1970 – 1980
O perfil múltiplo de um tema recorrente: a crítica da família patriarcal. A tensão entre inovação estética e o sucesso no mercado exibidor. A proposta de um novo cinema popular: O amuleto de Ogum. A diversidade temática e de estilo nos filmes das gerações emergentes no período. A vez do documentário: as greves do ABC e a memória camponesa. A crônica do ocaso do regime militar e o cinema da Nova República antes do colapso da produção em 1990: uma crise paradoxal?
Com Ismail Xavier.

23/07. Cinema da Retomada
Com a extinção da Embrafilme em 1990, o meio cinematográfico brasileiro se viu numa crise sem precedentes. A resposta ao cenário de terra arrasada vem por meio da criação de uma legislação de apoio à produção audiovisual. De 1995 até o final da década é notório o crescimento do número de filmes brasileiros em circuito comercial, assim como o maior eco que essa produção consegue encontrar na mídia, se comparado com o período imediatamente anterior.
Com Luiz Carlos Oliveira Jr.

25/07. Cenário Atual
A partir da segunda metade dos anos 2000, é evidente uma mudança de contexto. Diversifica-se (social e culturalmente) o ambiente cinematográfico no Brasil. A revolução digital (com o que implica de barateamento de custos e “democratização” dos meios) finalmente rende frutos significativos na cinematografia nacional, permitindo que pessoas fora do eixo sul-sudeste e do quadro tradicionalmente elitizado das artes possam realizar, com baixíssimo orçamento.
Com Luiz Carlos Oliveira Jr.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: Deus e o Diabo na Terra do Sol - Cinemateca Brasileira)

Palestrantes

Arthur Autran

Arthur Autran

Professor associado no Departamento de Artes e Comunicação da UFSCAR. É membro do conselho da Cinemateca Brasileira e do Conselho Deliberativo da Sociedade Amigos da Cinemateca.
(Foto: Acervo Pessoal)

Leandro Saraiva

Leandro Saraiva

Doutor em Cinema pela ECA/USP. Foi roteirista das séries Cidade dos Homens (Globo/02) e 9mm (Fox/Mooshot). Atualmente é coordenador de dramaturgia da produtora Acere F.C. e do Núcleo de Dramaturgia Cinematográfica do SESI-PR.
(Foto: Acervo Pessoal)

Luciana Corrêa de Araújo

Luciana Corrêa de Araújo

Doutora em Cinema pela ECA/USP. Realizou Pós-Doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Multimeios, da Universidade de Campinas (2001-2005). Atualmente é professora adjunta da UFSCAR.
(Foto: Acervo Pessoal)

Luiz Carlos Oliveira Jr.

Luiz Carlos Oliveira Jr.

Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela  ECA-USP. É crítico de cinema, curador e publicou A mise en scène no cinema: do clássico ao cinema de fluxo (Papirus, 2013).
(Foto: Acervo Pessoal)

Mateus Araújo

Mateus Araújo

Professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão e do Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Universidade de São Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

04/06/2018 a 30/07/2018

Dias e Horários

Segundas e Quartas, 19h às 21h30.
*10/7, Terça, 19h às 21h30.

As inscrições podem ser feitas a partir de 24 de maio às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 24,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 40,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 80,00 - inteira