Atividades

A produção cinematográfica desenvolvida durante o regime militar no Brasil

O cinema na ditadura: resistências e construções da memória

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Programa

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
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O curso analisa filmes brasileiros realizados entre os anos 1960 e 1980, que propuseram representações em torno do regime militar brasileiro. Analisando-os não apenas como inscrições políticas acerca do autoritarismo que marcou a trajetória recente do Brasil, mas destacando-os também enquanto projetos estéticos de leitura do país. O curso parte da noção de que a resistência cinematográfica à ditadura não foi um projeto homogêneo, mas antes uma dimensão heterogênea que elaborou formas múltiplas de abordagem da história. Embora o curso se volte principalmente para o estudo de realizadores vinculados ao movimento do Cinema Novo, uma vez que as leituras sobre a ditadura e a formação autoritária do país são centrais em obras de diretores como Leon Hirszman ou Glauber Rocha, as aulas também incluem reflexões em torno de outras tradições cinematográficas, a exemplo dos documentários produzidos por associações metalúrgicas na passagem dos anos 1970 para 1980. Busca-se identificar a múltiplas narrativas fílmicas e memórias críticas em resistência à condição autoritária do período.

12/04 - Da utopia ao colapso revolucionário: o cinema brasileiro às voltas com o golpe de 1964
No primeiro encontro, a reflexão se concentra na análise de alguns filmes realizados próximos ao golpe de 1º de abril de 1964. A partir do estudo comparativo entre obras produzidas pelo Ipês e filmes dirigidos por cineastas vinculados ao Cinema Novo, a aula traça uma discussão acerca das tensões políticas e estéticas que marcaram o Brasil na primeira metade dos anos 1960.

19/04 - O cinema brasileiro nos anos posteriores à ditadura militar: entre a melancolia da derrota e os primeiros atos fílmicos de resistência
A finalidade desse encontro é refletir sobre as reações fílmicas que o cinema brasileiro, sobretudo a vertente cinemanovista, produziu nos primeiros anos após o golpe de 1964. Por um lado, configurando-se como uma tendência na segunda metade dos anos 1960, uma série de obras aproximou o experimentalismo formal ao sentimento de derrota diante de um Brasil tomado pelo autoritarismo. Face ao colapso de um projeto revolucionário, cineastas como Paulo Cezar Saraceni, Glauber Rocha e Gustavo Dahl construíram representações melancólicas em torno de uma História na contramão do desejo de utopia. Por outro lado, também construíram perspectivas de resistência cultural contra a ditadura militar, partindo da expectativa de uma rearticulação da esquerda em oposição ao governo autoritário.

26/04 - O cinema reencontra a classe popular revolucionária: os filmes em torno das greves operárias
Configurando-se como uma das principais expressões de luta por direitos trabalhistas e de resistência ao regime militar, o movimento operário promoveu, entre os anos de 1978 e 1981, uma série de greves massivas em oposição à elite empresarial e ao governo autoritário. Foco de rebeldia, de ressurgimento da classe popular enquanto sujeito político, os metalúrgicos de São Paulo e do ABC paulista deram origem a uma série de filmes ao apostarem na emergência de um amplo projeto de base em prol da redemocratização da sociedade brasileira. A aula analisa algumas das obras realizadas no período, destacando as diferentes posturas estéticas e políticas entre elas.

03/05 - Primeiros atos para a construção de uma memória crítica em torno do regime militar: a avaliação da ditadura no cinema brasileiro dos anos 1980
O último encontro propõe uma análise de filmes dirigidos na primeira metade dos anos 1980, nos quais foram elaboradas narrativas críticas acerca da ditadura. Realizados no momento histórico em que a censura havia se flexibilizado, são os primeiros longas-metragens a propor uma construção da memória sobre o regime militar, voltando-se principalmente para um elogio à resistência e para uma reflexão acerca do autoritarismo que marcou a sociedade brasileira desde o golpe de 1964.


As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Reinaldo Cardenuto Filho

Reinaldo Cardenuto Filho

Professor adjunto do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense e possui doutorado em Meios e Processos Audiovisuais (ECA-USP).
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

12/04/2017 a 03/05/2017

Dias e Horários

Quartas, 19h às 21h

As inscrições podem ser feitas a partir de 23 de março às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira