Os ciganos espanhóis e a inovação religiosa

Na Espanha, os ciganos, majoritariamente indivíduos sedentários que se identificam como gitanos e não como rom, somam um milhão de habitantes, muitos dos quais se converteram ao pentecostalismo nas últimas décadas. Com a adoção da nova religião pelos ciganos ibéricos e franceses a partir dos anos 1950, iniciou-se uma experiência organizativa, participativa e política sem precedentes, cuja estrutura, manifestações e efeitos são dificilmente comparáveis a de outros grupos pentecostais.  

Atualmente, a Igreja Evangélica Filadelfia (IEF) impacta profundamente na vida social dos ciganos espanhóis, dentro e fora dos espaços das igrejas, sendo a instituição supra familiar mais relevante do universo cultural cigano e um de seus principais motores de mudança social. A linguagem corporal, a organização política, as hierarquias, o princípio de patrilinearidade, as relações intraétnicas e com a sociedade mais ampla, estão mudando devido à força profética e carismática de um movimento de renovação religiosa que cresceu exponencialmente na Europa e se expande atualmente nas Américas.