Poéticas da Informação

No livro “Poéticas da Informação – Representações Artísticas e Literárias de Livros, Bibliotecas e de seus Protagonistas”, a pesquisadora Giulia Crippa propõe, à luz das inquietações teóricas do campo da Ciência da Informação, uma releitura de produtos literários, cinematográficos e artísticos, considerados como elementos constitutivos e normativos de um imaginário social que representa um tema específico: o universo de livros, documentos, bibliotecas, arquivos e personagens que o povoam. O texto oferecido marca a tentativa de desenhar os ambientes, os profissionais e os usuários da informação, através de um “catálogo” cultural constituído pelas representações que os objetos culturais escolhidos oferecem. Procura, no imenso arquivo das referências literárias sobre o universo da informação, os “mapas culturais” que podem orientar, ao lado das reflexões oferecidas pelos pesquisadores do campo, as ideias e os ideais que alimentam nossas percepções e expectativas sobre conceitos polissêmicos como “documento” e “informação”. 

 

Livros, obras de arte e filmes, quando analisados apropriadamente através das ferramentas da história e da critica cultural, revelam convergências e divergências entre imagens narrativas e propostas teóricas que se originam no âmbito científico. A partir de um detalhamento histórico sobre a constituição de “lugares” conceituais comuns – entendidos como “tópicos” - nos saberes do campo da informação e no seu desenvolvimento literário, observam-se as influências recíprocas dos dizeres da ficção e da ciência. Com efeito, costumamos pensar que arte e ciência pertencem a dois universos distantes entre si, incapazes de comunicar; que a arte é principalmente criatividade e pura inspiração, enquanto ciência e progresso científico são o resultado de uma busca de verdade que se realiza através de um percurso metódico feito de rigor e exatidão. Esse trabalho procura as potencialidades de uma “poética” da informação como caminho paralelo e, com frequência, entrelaçado aos caminhos das “práticas” e das “políticas” da informação, sem qualquer pretensão de substituir nenhum dos dois, mas, sim, ampliando os percursos reflexivos dentro da cooperação transdisciplinar.

 

Nesta palestra, a autora discute sobre tais reflexões tecidas na obra, bem como sobre as referências do quadro teórico que nortearam a construção do trabalho.

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de outubro, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.