Atividades

Com Jean-Yves Bosseur (França), Lia Tomas, Mario Videira, Rosangela Leote, Yara Caznok, Alexandre Freitas e Sergio Basbaum

Ressonâncias: Ciclos de Debates sobre Sons e Imagens

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Programa

O que há em comum entre as matérias sonoras e visuais? De que maneiras vibrações acústicas e luminosas dialogam? Em quatro encontros e um workshop, este curso volta-se aos limiares dos sentidos e das artes, notadamente, aos elos existentes entre matérias artísticas de diferentes naturezas. Sons e imagens encontram-se por intermédio de mitos gregos, da plasticidade das notações, da sinestesia, do desejo de conjunção das artes e do caráter híbrido dos sentidos e da percepção. Cada encontro abordará possibilidades particulares de diálogos, transposições e confluências entre sons e imagens.

06.03.2018 | 19h-21h
Abertura:Imagens da Música
A dissolução de fronteiras temporais e espaciais da contemporaneidade produz modos inéditos de criar e de se relacionar com as matérias de diferentes naturezas. Sons e imagens dialogam das mais diversas maneiras nas histórias das artes. Das representações míticas da Grécia antiga às instalações contemporâneas, passando pelas inúmeras possibilidades audiovisuais e de todas as artes cênicas, sons tomam formas visuais e imagens formas audíveis. Nesta conferência de abertura, Jean-Yves Bosseur volta-se à observação de elos tecidos entre criadores das artes visuais e sonoras. Seu contato próximo a artistas como Karlheinz Stochausen, Henri Pousseur, John Cage, Pierre Alechinky, Ji?í Kolá?, entre outros, reflete-se no seu olhar sobre a arte e as artes, na sua coleção de obras visuais, e em sua própria produção criativa.
Com Jean-Yves Bosseur (Centre national de la recherche scientifique, C.N.R.S., Paris) e apresentação/mediação de Alexandre Freitas (Universidade Federal do Espírito Santo).

07.03.2018 | 19h-21h
Conjunção das Artes: Antiguidade e Romantismo
Na Antiguidade grega, esboça-se o que viria a ser a noção moderna de arte no ocidente. Do olhar sobre textos antigos e mitos despontam preciosas contribuições para se entender as relações de emancipação e comunhão que as distintas artes estabeleceram ao longo dos séculos seguintes. No século XIX, por outro lado, o desejo de conjunção das artes fica explícito na afirmação dos poemas sinfônicos e na proposta de arte total de Richard Wagner (Gesamtkunstwerk), mas não está imune a críticas e a tensionamentos teóricos. A questão da autonomia da música, como linguagem artística, é sempre retomada e renovada. Vamos, neste encontro, percorrer a temática da conjunção das artes,  a partir de perspectivas históricas que, certamente, deixaram fortes traços na produção e no debate artísticos contemporâneos.
Com Lia Tomás (UNESP) e Mário Videira (USP).

08.03.2018 | 19h-21h
Arte e Multissensorialidade
O desejo de fusão artístico-perceptiva do século XIX ressoa e se transforma nos séculos seguintes, quando artistas diversos dialogam intensamente com artes vizinhas e outras matérias artísticas (Ligeti, Kandinsky, Klee, Villa-Lobos, Almeida Prado, Cildo Meireles etc.). Nas últimas décadas, para se abordar tais encontros de matérias e modalidades artísticas distintas recorre-se, entre outros caminhos possíveis, à fenomenologia e às neurociências. Estes campos do saber, com todas as suas aberturas interdisciplinares, conduzem as reflexões deste terceiro encontro.
Com Rosangela Leote (UNESP) e Yara Caznok (UNESP).

09.03.2018 | 19h-21h
O Estrondo das Imagens
Os avanços da ciência, as transformações sociais, as investidas da fenomenologia e as tendências interdisciplinares abrem-nos novos caminhos para entender os profundos parentescos entre poéticas, experiências e percepções de sons e imagens. Mais que evocar sonoridades, imagens comportam, em suas próprias estruturas internas, reais aberturas/construções sonoras, em função de variadas condições de possibilidade que serão observadas neste encontro. Com exemplos de pinturas, esculturas e filmes, percorreremos algumas situações, mais frequentes do que pensamos, nas quais imagens produzem sons.
Com Alexandre Freitas (Universidade Federal do Espírito Santo) e Sérgio Basbaum (PUC-SP).

10.03.2018 | 10h-12h Workshop
Do Som à Imagem
Representações visuais da música, como maneiras de grafar, são observadas em inúmeras tradições culturais e épocas. No entanto, é inegável que todas as partituras, manuscritas ou não, comportam atributos estéticos notáveis. Estes se impõem, mesmo aos não iniciados, como traços/vestígios visuais de gestos sonoros. Dos princípios do século passado aos dias de hoje, outras formas de grafar os sons sugiram e, por vezes, o gesto gráfico ganha força de protagonista, fertilizando poéticas musicais e, até mesmo, tornando-se autônomos.
A partir da percepção de parâmetros sonoros – timbre, altura, duração, intensidade e densidade – em trechos musicais de estilos diversos, realizaremos transposições gráficas, como exercícios poéticos de traduções de experiências sonoras.
Com Alexandre Freitas (Universidade Federal do Espírito Santo).

Apoio:  Institut Français du Brésil / Consulado Geral da França

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Ilustração: Domínio Público)

Palestrantes

Jean-Yves Bosseur

Jean-Yves Bosseur

Compositor e pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (C.N.R.S.). Estudou composição em Colônia (Alemanha) com Karl Stockhausen e Henri Pousseur. Doutor em Filosofia estética pela Universidade Paris I. Pela obra musical “Messe”, recebeu o prêmio “Diapason d’Or”, na França. Compôs peças para diversas formações musicais, para filmes, teatro, dança e rádios, muitas delas lançadas em CD. Publicou mais de trinta livros, muito deles dedicados à temática das interseções das artes, além de trabalhos colaborativos com artistas visuais. Foi curador da exposição “Música para se ver” (Musique à voir), realizada em Dunkerke, na França, em 2017. É membro da Academia Real de Bruxelas.
(Foto: Acervo Pessoal)

Lia Tomás

Lia Tomás

Livre-Docente em Estética Musical pela UNESP. Possui Mestrado e Doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e dois pós-doutorados em Estética Musical (Université de Paris I – Panthéon Sorbonne). No Instituto de Artes da UNESP, coordena o DeMusica: Laboratório de Estudos em Estética musical e Filosofía da Música. Principais publicações: “Ouvir o lógos: música e filosofia” (EDUNESP, 2002 – Prêmio COMPED INEP-MEC), “Música e filosofia: estética musical” (Vitale, 2005), “À procura da música sem sombra: Chabanon e a autonomia da música no século XVIII” (Cultura Acadêmica, 2008), “Música e Política: um olhar transdisciplinar” (Alameda, 2014), “A pesquisa acadêmica na área de música: um estado da arte” (1988-2013) (ANPPOM, 2015) e “Fronteiras da Música: filosofia, estética, história e política” (Org.) (ANPPOM, 2016).
(Foto: Acervo Pessoal)

Mário Videira

Mário Videira

Pianista e professor do Departamento de Música da ECA/USP. Possui doutorado em filosofia pela Universidade de São Paulo-USP, sob orientação do Prof. Dr. Marco Aurélio Werle. Publicou o livro "O Romantismo e o Belo Musical" (UNESP, 2006), além de diversos artigos em revistas especializadas no Brasil e no exterior. Como bolsista CNPq/DAAD realizou estágio de pesquisa na Universität Tübingen, sob orientação do Prof. Dr. Manfred Frank (2007-2008). Publicou a primeira tradução em língua portuguesa do livro "Berg: Mestre da Transição Mínima", do filósofo alemão Theodor W. Adorno (UNESP, 2010). Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA/USP (2013-2017) e editor da “Revista Música” (2012-2017).
(Foto: Acervo Pessoal)

Yara Caznok

Yara Caznok

Professora de Harmonia e Análise Musical do Departamento de Música do Instituto de Artes da  UNESP. Bacharel em Música (Faculdade Paulista de Arte), Mestre em Psicologia da Educação (PUC-SP) e Doutora em Psicologia Social (USP). Desenvolve pesquisas nas áreas da Escuta e da Recepção Musical a partir da fenomenologia de Merleau-Ponty e atua no campo da formação de professores em projetos socioeducativos musicais (Projeto Guri, Curso “Da Capo”, entre outros). Autora de “Música: entre o audível e o visível” (UNESP, 2008) e coautora de “Ouvir Wagner – ecos nietzschianos” (Musa, 2000).
(Foto: Acervo Pessoal)

Alexandre Freitas

Alexandre Freitas

Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), nos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Música e no Programa de Pós-Graduação em Artes. Bacharel em Música (UFRJ), Mestre em Musicologia (Universidade de Toulouse II) e Doutor em Artes/Música (Paris-Sorbonne e USP). Como pianista, atuou em diversas salas de concerto do Brasil (Centro Cultural São Paulo, Teatro Municipal de Niterói, Teatro Pró-Música etc.), além de recitais e participações em concertos na França, Alemanha e em Portugal. Foi articulista cultural do site da revista Carta Capital (2010-2012) e é autor do livro “Recontre des arts: Correspondances entre œuvres sonores et visuelles au XXe siècle” (Harmattan, 2015), com prefácio de Jean-Yves Bosseur.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sergio Basbaum

Sergio Basbaum

Sérgio Roclaw Basbaum nasceu em São Paulo, em 1964, onde vive e trabalha. É professor, pesquisador e artista. Lançou dois álbuns, "Capitão Nemo no Forró de Todos os Santos" (1999) e "Popup - Pop é o contrário de poP" (2012), e três livros, "Sinestesia, Arte e Tecnologia" (2002) e "O primado da percepção e suas consequências no ambiente midiático" (2017), e "Redesejo - logo haicais e outros poemas" (2017). Possui artigos publicados em vários países e tem trabalhos como artista em diversos suportes. É professor do programa de estudos pós-graduados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP.
(Foto: Acervo Pessoal)

Rosangella Leote

Rosangella Leote

Artista/pesquisadora multimídia. Professora do Instituto de Artes da UNESP, coordena o Programa de Pós-Graduação em Artes. Doutora em Ciências da Comunicação pela USP. Possui pós-doutorado pela Universidade Aberta de Lisboa. Líder do Grupo de Pesquisas GIIP (Grupo Internacional e Interinstitucional de Pesquisa em Convergências entre Arte, Ciência e Tecnologia). Atua com instalações multimídias interativas (prêmio Sergio Motta, 200), em “tecnoperformances”, esculturas sonoras, objetos interativos e vídeos.  Realiza pesquisas sobre multissensorialidade, multimodalidade e interfaces assistivas, entre outras, com parcerias internacionais (Portugal, Espanha, Colômbia). É autora de “Arteciênciaarte” (UNESP, 2015).
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

06/03/2018 a 10/03/2018

Dias e Horários

Terça a Sexta, 19h às 21h
Sábado, 10h às 13h

As inscrições podem ser feitas a partir de 22 de fevereiro às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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