Revolta e melancolia
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Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.
Baseado em Revolta e melancolia: O romantismo na contracorrente da modernidade (Boitempo, 2015), escrito por Michael Löwy e Robert Sayre, o curso pretende apresentar uma introdução a uma leitura inovadora do pensamento romântico.
Parte-se do entendimento que o romantismo é muito mais do que uma escola literária do começo do século XIX: trata-se de uma visão do mundo, que atravessa todos os campos da cultura - literatura, artes, filosofia, religião, doutrinas políticas, historiografia etc. - e que tem por eixo principal uma crítica cultural à civilização capitalista/industrial moderna, em nome de certos valores - sociais, culturais, religiosos - do passado pré-moderno. Uma crítica ou protesto que tem por alvos principais certas características das sociedades modernas, como o desencantamento do mundo, a quantificação, a mecanização e a atomização dos indivíduos.
Redefinido nesses termos, o romantismo é uma das principais estruturas de sensibilidade da cultura moderna, que aparece em meados do século XVIII - a partir de Jean-Jacques Rousseau - e continua presente até hoje. Dentro do campo cultural romântico, cristalizam-se dois polos: um restaurador, regressivo e voltado ao passado; e outro utópico, ou revolucionário, para o qual a nostalgia do paraíso perdido é projetada em um futuro ideal.
Embora Karl Marx e Friedrich Engels não sejam pensadores românticos, o romantismo é, junto da filosofia hegeliana e da economia política inglesa, uma das principais fontes de sua reflexão. Os dois comunistas admiravam os escritores românticos do século XIX (como Balzac ou Dickens) - críticos implacáveis do capitalismo - assim como economistas de inspiração romântica (como Sismondi) ou antropólogos interessados pelas comunidades primitivas (como Lewis Morgan).
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
(Ilustração: William Blake - The Angel Michael Binding Satan)
Palestrantes
Michael Löwy
Doutor pela Sorbonne. Diretor de pesquisas no Centre National de la Recherche Scientifique. Organizador do livro "Revoluções" (Boitempo, 2009) que reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX.
(Foto: Artur Renzo)
Data
20/10/2016 a 21/10/2016
Dias e Horários
Quinta e Sexta, 19h às 21h30
As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de setembro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.