São Paulo e territorialidade
Voltar para o inícioPrograma
A história de São Paulo, em linhas gerais, é bastante conhecida. Ela era um pequeno povoado de onde partiam os Bandeirantes em busca de minérios e pedras preciosas e, por esta via, colonizaram grande parte do território brasileiro. Em meados do século XIX a associação da riqueza do café com a infraestrutura necessária para sua exportação fez com que a Vila de Piratininga se transformasse em uma grande cidade industrial e, depois, em uma das maiores metrópoles do mundo.
Nosso curso não se propõe a recontar esta história e, sim, por meio de mapas e iconografia mostrar como se deu este crescimento e o grande impacto no território proporcionado pela cidade que “nunca para”. Propomos uma observação de como a cidade construiu seu território urbano e destruindo o geográfico.
Escolhemos como ponto de partida, a região do Rio Tamanduateí próxima ao Centro, a Várzea do Carmo, hoje Parque Dom Pedro II. As justificativas para tal escolha são inúmeras, algumas delas: A chegada à Vila de Piratininga se dá por ali, inclusive para os fundadores do Colégio de São Paulo, tendo a várzea como base impõe-se a colina de fundação, estratégica para defesa e próxima ao rio, água e locomoção. A região do PDP II é uma síntese do modelo de crescimento da cidade, várzea natural do rio; depois drenada para uso do solo urbano; depois parque aprazível para a classe trabalhadora instalada no Pari, Brás e Mooca; depois terminal de ônibus vindos da já imensa Zona Leste; depois terra arrasada ou subsolo de viadutos e vias expressas. Tudo isso num prazo de pouco mais de 100 anos! É o laboratório dos grandes equívocos urbanísticos do século 20.
A partir das várias camadas que compõe o PDP II serão desenvolvidas três questões específicas da territorialidade paulistana: 1. Os rios da cidade, a grande quantidade e seu “apagamento”. 2. As infraestruturas de circulação e a cidade de crescimento ilimitado. 3. A vida em São Paulo, cidadania e espaços públicos.
O curso está organizado em quatros encontros com temas específicos que vão interagindo uns aos outros formando um painel dinâmico e interdisciplinar de estudo da cidade. Porém nada melhor do que andar pela cidade para conhecê-la, portanto o curso deve terminar com um passeio-deriva pelo Centro da cidade:
1. De Várzea do Carmo a Pque Dom Pedro II, o sítio natural, a história e as camadas urbanas.
2. Os rios da cidade, São Paulo tem grande densidade e capilaridade hídrica, o modelo urbanístico adotado em sucessivas ações apagou essa rede do mapa da cidade.
3. As infraestruturas de mobilidade, dos bondes ao automóvel a o retorno dos trilhos. Toda esta história tem como ponto nevrálgico a Várzea do Carmo.
4. Viver na cidade. Uma discussão sobre os espaços públicos em São Paulo, tendo como referência morfológica, funcional e simbólica os estágios da ocupação da Várzea, tanto no processo construído quanto nos projetos criados para o PDP.
5. Deriva pelo Centro da cidade até o Mercado Municipal no PDP
No dia 03/10*, sábado, haverá uma visita à Várzea do Carmo.
(Foto: Jorge Bassani)
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Palestrantes
Jorge Bassani
(Foto: Beatriz Masson)
Data
11/09/2015 a 03/10/2015
Dias e Horários
Sextas, 19h30 às 21h30; *Sábado, 10h às 13h.