Seminário Cidade, Gênero, Interseccionalidades
Voltar para o inícioPrograma
Embora o planejamento urbano no Brasil tenha avançado no debate acerca do direito à cidade e procurado construir processos democráticos de governança urbana, até agora, não conseguiu adotar práticas e políticas para o território considerando as diferenças e desigualdades estruturais, para além das classes sociais.
O seminário pretende colocar em debate e fazer a reflexão crítica acerca dos conceitos relativos à gênero como categoria de análise do território e para o planejamento urbano, considerando interseccionalidade ou a sobreposição de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação – especialmente os marcadores sociais da diferença associados à esta abordagem como classe, raça, nacionalidade, sexualidade.
Discutirá abordagens teóricas do planejamento urbano e gênero internacionais e nacionais, versus abordagens totalizantes e universais, desenvolvendo análise crítica e explorando teorias contra hegemônicas recentes.
O espaço também tem como objetivo elaborar e refletir sobre os desafios da leitura do território e da prática do planejamento urbano, desde a concepção, gestão e implementação de políticas urbanas, considerando as diferenças de gênero e sociais.
28/1, 14h30 às 17h30. Introdução, conceitos, mulheres.
Discussão de alguns conceitos e assuntos essenciais para a compreensão do ciclo de debates, entre eles: “gênero”; “marcadores sociais da diferença”; interseccionalidades, patriarcado; teorias do cuidado; relação entre casa e trabalho feminino, entre outros.
Debatedoras: Ângela Figueiredo, Glaucia Marcondes e Luana Pinheiro.
Mediadora: Marina Harkot.
29/1, 14h30 às 17h30. Um pouco de história
Apresentação de abordagens históricas sobre mulher e a cidade, da designação aos espaços privados e a relação com a domesticidade à vivência e interação com o espaço público.
Debatedoras: Joana Mello e Sabrina Fontenele.
Mediadora: Paula Freire Santoro.
30/1, 14h30 às 17h30. Leituras e políticas do urbano com recorte de gênero, parte I
Primeira sessão sobre as mulheres e o urbano. Debate em torno das desigualdades que se explicitam na violência de gênero sofrida nos espaços públicos da cidade e na sua vivência diferente por mulheres. Desigualdades de gênero e sua expressão na mobilidade cotidiana.
Debatedoras: Paula Soto Villagrán e Marina Harkot.
Mediadora: Letícia Lindenberg Lemos.
31/1, 14h30 às 17h30. Leituras e políticas do urbano com recorte de gênero, parte II
Segunda sessão sobre as mulheres e o urbano. Debate em torno das desigualdades que se explicitam na violência de gênero sofrida nos espaços públicos da cidade e na sua vivência diferente por mulheres. Desigualdades de gênero e sua expressão na habitação e no planejamento urbano.
Debatedoras: Rossana Tavares e Paula Freire Santoro.
Mediadora: Diana Helene.
1/2, 14h30 às 17h30. Movimentos de mulheres, resistências
Diferentes movimentos de mulheres envolvidos nas disputas urbanas – quais as suas pautas, formas de organização, táticas de atuação, barreiras enfrentadas e as principais conquistas? Como os movimentos de mulheres atuam em pautas que não se referem exclusivamente à temática de gênero?
Debatedoras: Eva Blay, Claudia Rosane Garcez e Gabriela Leandro Pereira.
Mediadora: Paula Santoro.
Concepção do seminário: Profa. Dra. Paula Freire Santoro e Marina Kohler Harkot.
Seminário realizado em parceria com o LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
(Foto: Luenne Albuquerque)
Palestrantes
Ângela Figueiredo
Professora da UFRB. Coordenadora do Coletivo Angela Davis, coordenadora da primeira Escola Internacional Feminista Negra Decolonial. É professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRB, atua em dois programas na UFBA, a Pós-Graduação em Estudos étnicos e Africanos (POSAFRO) e no programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares de gênero (PPGNEIM).
(Foto: Acervo Pessoal)
Claudia Rosane Garcez
Líder na luta por moradia do MTST, da Ocupação Teresa de Benguela, está envolvida com o debate de gênero, saúde, violência contra a mulher, dentro do movimento.
(Foto: Acervo Pessoal)
Diana Helene
Professora de estudos urbanos e de habitação social no curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIGRANRIO. Trabalha com estudos de gênero desde 2010 quando iniciou seu doutorado, que ganhou o prêmio Capes em planejamento urbano em 2016. Criou em 2013, o blog FeminismUrbana, sobre gênero e cidade.
(Foto: Acervo Pessoal)
Eva Blay
Professora Emérita do departamento de Sociologia da USP. Foi Senadora da República entre dezembro de 1992 e janeiro de 1995. Coordena o programa USP Mulheres/ONU. Publicou livros e artigos sobre questões urbanas, habitação operária, participação política da mulher, violência contra a mulher, feminismo e masculinidades e imigração judaica.
(Foto: Acervo Pessoal)
Glaucia Marcondes
Demógrafa, Pesquisadora do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (NEPO) e Docente da Pós-Graduação em Demografia do IFCH/Unicamp. Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). Desenvolve pesquisas com temas sobre Famílias, Gênero e Geração e Saúde Reprodutiva.
(Foto: Acervo Pessoal)
Joana Mello
Docente do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP).
(Foto: Michel Riaudel)
Letícia Lindenberg Lemos
Mestra e doutoranda em Planejamento Urbano e Regional na FAUUSP. Coordenou diversos planos e projetos urbanos e pesquisa mobilidade ativa, regulação urbanística, políticas urbanas que influem sobre a mobilidade ativa e desenho urbano, e incidência da sociedade civil em políticas de mobilidade urbana.
(Foto: Acervo Pessoal)
Luana Pinheiro
Doutora em sociologia, atua na Coordenação de Estudos e Pesquisas de Igualdade de Gênero, Raça e Gerações do Ipea, onde é técnica de planejamento e pesquisa desde 2004. Trabalhou na Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República de 2007 a 2011.
(Foto: Acervo Pessoal)
Marina Harkot
Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e pesquisadora do LabCidade FAUUSP onde pesquisa mobilidade urbana, gênero e temas correlatos. Atua como consultora em planejamento urbano no desenvolvimento de planos diretores e planos setoriais.
(Foto: Acervo Pessoal)
Paula Soto Villagrán
Professora titular do Departamento de Sociologia da UAM-Iztapalapa, onde participa da área de pesquisa Espaço e Sociedade. Seus principais temas de trabalho são a relação entre a cidade, mobilidade e gênero, hábitat urbano, segurança cidadã e gênero, métodos qualitativos para o estudo do espaço urbano.
(Foto: Acervo Pessoal)
Rossana Tavares
Professora da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense EAU/UFF e da UNIGRANRIO. Tem experiência nos temas de política urbana, urbanismo, habitação, saneamento ambiental e gênero. Atuou 8 anos na ONG FASE RJ, acumulando prática em educação e participação popular.
(Foto: Acervo Pessoal)
Bibliografia
BORIS, Eileen. Produção e reprodução, casa e trabalho. In: Dossiê – Trabalho e Gênero: controvérsias. Tempo Social – Revista de Sociologia da USP, v. 26, n. 1, 2014, p. 101-121. Disponível em <http://www.periodicos.usp.br/ts/issue/view/6498>, acessso 10 mai. 2018.
CARVALHO, Vânia Carvalho Carneiro de. Gênero e artefato: o sistema doméstico na perspec-tiva da cultura material. São Paulo, 1870-1920. São Paulo: Edusp, 2008.
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GONZAGA, Terezinha de Oliveira. A cidade e a Arquitetura também mulher: conceituando a metodologia de planejamento urbano e dos projetos arquitetônicos do ponto de vista de gênero. Tese de doutorado, FAUUSP, julho de 2004.
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VILLAGRÁN, Paula Soto. Patriarcado y ordem urbano. Nuevas y viejas formas de dominación de gênero em la ciudad. In: Revista Venezoelana de Estudios de la Mujer, v. 19, n. 42. Caracas: Universidad Central de Venezuela, 2014.
Data
28/01/2019 a 01/02/2019
Dias e Horários
Segunda a Sexta, 14h30 às 17h30.
As inscrições podem ser feitas a partir de 19 de Dezembro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.