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interações humanas e não humanas

Seminário internacional Net-ativismo: plataformas e arquiteturas de interação e cidadania digital

Voltar para o início Seminário internacional Net-ativismo: plataformas e arquiteturas de interação e cidadania digital

Programa

As últimas gerações de redes digitais inauguraram novas formas de conexão não mais delimitadas apenas a interações entre pessoas e dispositivos, mas estendida a bancos de dados e territorialidades conectadas, que possibilitam o advento de ecologias de interação complexas entre entidades de diversas naturezas.

Denominamos, com o termo “Net-ativismo”, tais formas de interação não apenas humanas, técnicas, presenciais ou virtuais que exprimem não somente o conjunto de interações colaborativas que resultam da sinergia entre entidades de diversas naturezas, humanas e não humanas, mas também da forma inédita de um comum, constituído de dados, de circuitos acessíveis por algoritmos e de plataformas de interação.

Depois da fase da explosão do ativismo digital global que caracterizou a Primavera Árabe, o movimento Occupy Wall Street, os Indignados, os Anonymous e muitos outros que realizam protestos em todas as latitudes do planeta, se difundiram em diversos países a experimentação de arquiteturas digitais de participação e de deliberação coletiva, mediante a conexão às plataformas, bancos de dados e ao diálogo fértil entre cidadãos comuns, algoritmos e inteligências distribuídas.

Em diversos países estão sendo experimentadas plataformas digitais e arquiteturas de governança eletrônicas que permitem o livre acesso, a construção colaborativa e deliberativa de conteúdo de interesse público. Como funcionam e quais resultados estas plataformas já alcançaram? Como as novas conectividades estão transformando a participação e a ideia de democracia? Essas serão algumas das questões que permearão os debates desse ciclo de conferências.

Além do  âmbito político,  da cultura e das interações econômicas, as plataformas digitais colaborativas estão mudando as práticas e o significado da interação, criando arquiteturas distribuídas e ecologias inovadoras.

1º Dia - 5/12
17h - Saudação: Danilo Santos de Miranda.

Net-ativismo da ação social para o ato conectivo
Conferência: Massimo Di Felice
As diversas conflitualidades realizadas mediante as interações em redes digitais são expressões de um novo tipo de ação social, não mais direcionada ao externo, nem apenas resultante de práticas provocadas por um condicionamento informativo ou técnico. O termo “net-ativismo” exprime não somente o conjunto de interações colaborativas advindas da sinergia entre atores de diversas naturezas, humanos e não, mas também a comum condição digital que antecede circuitos informativos, dispositivos, territorialidades e interações, constituindo um novo tipo de ecologia reticular e conectiva.
Lançamento do livro: Net-ativismo: da ação social para o ato conectivo - Massimo Di Felice (Ed. Paulus)


19h-21h
O Movimento Cinco Estrelas e a Plataforma Rousseau
Conferência: Enrica Sabatini e Davide Casaleggio
Apresentação da Plataforma Digital Rousseau do Movimento 5 Estrelas
O Movimento 5 Estrelas (Movimento 5 Stelle – M5S) é um movimento político de cidadãos italianos apoiado em cinco pontos: água, ambiente, transporte, conectividade, desenvolvimento. Os membros do M5S utilizam a plataforma Rousseau para a participação nos debates e a elaboração de propostas de leis. Rousseau é o resultado de um longo trabalho de planejamento que objetiva reconectar a cidadania ao representante eleito, segundo o princípio da participação digital. Esse sistema operacional propõe uma série de páginas nas quais os ativistas podem intervir a partir de uma lógica colaborativa na agenda política do Movimento.


2º Dia - 6/12 – 17h-19h
Plataformas digitais de resistências indígenas 
Mesa redonda: Anápuáka Muniz Tupinambá, Eliete Pereira, Thiago Franco e Renato Yahé Krahô
Apresentação de plataformas digitais indígenas
Diversos povos indígenas e comunidades tradicionais passaram a utilizar as redes digitais para produzir e disseminar conteúdo sobre as suas culturas, preservar seus idiomas e seus ritos, compartilhar conhecimentos tradicionais e implementar formas diretas de atuação, em defesa dos seus  territórios. Tais experiências demonstram o emergir de um tipo de cultura conectiva, ao mesmo tempo tradicional e inovadora, local e global, comunitária e informativa.

19h-21h
Da Lei Ficha Limpa à digitalização da política brasileira
Conferência: Marlon Reis
Apresentação da Plataforma Mudamos: Debora Albu Rio de Jameiro
O Movimento Ficha Limpa conseguiu mobilizar a sociedade brasileira pela aprovação do projeto de Lei de iniciativa popular, que torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado. Paralelo a esse movimento no país que ganhou força nas redes digitais, outras iniciativas surgiram de participação civil direta por meio de plataformas online. Uma das mais conhecidas, a Plataforma Mudamos dá aos cidadãos a oportunidade de participarem de debates de interesse público e proporem projetos de lei de iniciativa popular.


3º Dia - 7/12 – 17h-19h
Plataformas colaborativas na cultura e nas organizações
Conferencia: Prof. Stephane Hugon
Conferencia: Prof. Mario Pireddu
O uso de plataformas colaborativas estende-se também ao mundo organizacional e ao âmbito da cultura. Para tomar decisões no âmbito das repentinas mutações no mercado e no mundo das finanças, diversas plataformas permitem às equipes de pessoas situadas em diversas localidades debater e tomar decisões de forma colaborativa. No âmbito cultural também já está em ação a arquitetura do Social Reading um projeto piloto de leitura e compartilhamento de comentário online realizado pela Universidade Roma Tre.

19h-21h
Arte em vórtice: condições extremas da vida urbana
Conferência: Lúcia Santaella
O objetivo desta apresentação é discutir o projeto Vórtice ZL que, sob a tutela de Nelson Brissac, propõe interferir em zonas urbanas em condições extremas, colocando em rotação tendências estéticas e práticas artísticas tais como artes locativas, estéticas relacionais, design de ativismo, artivismo, entre outras.

Lançamento do livro:“Net-ativismo: redes digitais e novas práticas de participação” – Massimo Di Felice, Eliete Pereira, Erick Roza (Orgs.) (Ed. Papirus)

(Foto: Niau33 CC 4.0 - Wikimedia Commons)

Palestrantes

Anápuáka Muniz Tupinambá

Anápuáka Muniz Tupinambá

Formado em Gestão em Marketing. É indígena da etnia Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe, um dos fundadores e coordenador da Rádio Indígena Yandê. É também coordenador e idealizador da Web Brasil Indígena. Membro e idealizador da Rede de Cultura Digital Indígena. Articulador de Políticas Públicas para População Indígena.
(Foto: Acervo Pessoal)

Eliete Pereira

Eliete Pereira

Historiadora com mestrado em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília, Brasil. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), Brasil, é pós-doutoranda no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP). É pesquisadora do Centro Internacional de Pesquisa ATOPOS da USP, onde coordena a linha de pesquisa - Tekó: a digitalização dos saberes locais. Pesquisa os temas da comunicação indígena, cultura, memória; redes digitais e net-ativismo indígena.
(Foto: Acervo Pessoal)

Enrica Sabatini

Enrica Sabatini

Professora contratado na Università degli Studi "G. d'Annunzio" Chieti - Pescara, tem doutorado em Ciências e graduação em psicologia. Especializada em experiências do usuário em ambientes virtuais, internet das coisas e educação. Coordenadora da Plataforma Rousseau do Movimento Cinco Estrelas da Itália.
(Foto: Acervo Pessoal)

Marlon Reis

Marlon Reis

Advogado e jurista brasileiro foi relator da Lei da Ficha Limpa. É um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
(Foto: Acervo Pessoal)

Renato Yahé Krahô

Renato Yahé Krahô

Possui graduação em Intercultural Para Formação e Habilitação de Educadores Indígenas pela UFG. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Campus Universitário de Araguaína.  Presidente do Conselho de Educação Escolar Indígena do Estado do Tocantins.
(Foto: Acervo Pessoal)

Thiago Franco

Thiago Franco

Doutorando em Ciência da Comunicação pela ECA-USP. É membro do Centro Internacional de Pesquisa ATOPOS (USP). Mestre em Comunicação, Cidadania e Cultura. É professor da Universidade Federal de Goiás.
(Foto: Acervo Pessoal)

Stephane Hugon

Stephane Hugon

Doutor em sociologia pela Universidade Paris V, Presidente da consultoria Eranos, pesquisador das temáticas relacionadas à inovação, design, sustentabilidade e tecnologia digital.
(Foto: Acervo Pessoal)

Mario Pireddu

Mario Pireddu

Sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma, é professor da Universidade da Cátedra de Ciências Sociais da Formação da Universidade de Roma Tre.
(Foto: Claudio Belli)

Davide Casaleggio

Davide Casaleggio

Graduado em Administração de Empresas na Universidade Bocconi, especialista na definição de modelos de negócios on-line, no uso da Teoria das redes e das redes sociais e do marketing on-line. Administra o blog de Beppe Grillo que levou à fundação e ao sucesso do movimento 5 stelle.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

05/12/2017 a 07/12/2017

Dias e Horários

Terça a Quinta, 17h às 21h

As inscrições podem ser feitas a partir de 28 de novembro às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 18,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 30,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 60,00 - inteira

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