Notícias

110 anos da imigração japonesa no Brasil
Em Debate: 110 anos da imigração japonesa no Brasil

110 anos da imigração japonesa no Brasil

Completando 110 anos de imigração japonesa para o Brasil em 2018, são inúmeras as conexões estabelecidas entre os dois países. Atualmente, o Brasil abriga a maior comunidade de descendentes de japoneses nascidos fora do Japão, cujo número gira em torno de 1,5 milhão de pessoas e constitui a maior comunidade nipônica fora do país asiático. Décadas mais tarde, a inversão do fluxo migratório levou um grande contingente de brasileiros descendentes de japoneses – conhecidos como decasséguis – a viver na terra do sol nascente, formando uma das maiores comunidades diaspóricas em território japonês, com aproximadamente 300 mil pessoas.

A distância geográfica e linguística que separa os dois países não impediu o desenvolvimento de uma estreita relação entre as duas sociedades, especialmente nos âmbitos econômico e cultural. Desde a chegada do navio Kasato Maru, em 1908 no porto de Santos, que trouxe 781 japoneses para trabalhar em fazendas no interior de São Paulo, a cultura nipo-brasileira floresceu, adquirindo feições próprias que, num movimento inverso, passou a integrar o universo cultural da antiga pátria de origem.

Apesar dos expressivos números que indicam as fortes conexões entre os dois países, muitos estereótipos e clichês ainda alimentam o imaginário sobre os nipo-brasileiros e reduzem suas contribuições para o desenvolvimento da identidade nacional. A programação do Em Debate nos meses de julho e agosto busca refletir sobre esses estereótipos e clichês, as representações culturais do Japão no Brasil, a dimensão política e as múltiplas influências nas artes e nas mídias.

Confira programação de Julho:

Cine Rodízio: Mostra Japão

Exibição gratuita de filmes ligados por uma temática específica às 2ªs feiras, no horário do rush.
2/7 - O conto da princesa Kaguya (2015, 137 min., Dir: Isao Takahata).
16/7 - O segredo das águas (2015, 120 min., Dir: Naomi Kawase).
23/7 - Pais e filhos (2013, 121 min., Dir. Hirokazu Kore-Eda).
30/7 - O mundo dos pequeninos (2012, 94 min., Dir: Hiromasa Yonebayashi).
*Grátis - Retirada de convites com 1h de antecedência.

História e Prática do Mangá

10/7 a 13/7 Terça a Sexta, 19h às 21h.
R$ 50,00 / R$ 25,00 / R$ 15,00
Pretende-se, através de aulas expositivas, apresentar a arte de se fazer mangá; Apresentar trabalhos de artistas japoneses, destacando seus gêneros e estilos de desenho; Refletir sobre a cultura pop japonesa e suas relações com o mangá; Apresentar, de forma simultânea com o desenho prático, aspectos históricos, artísticos e culturais sobre o Japão relacionados ao mangá e discutir as características do desenho de mangá.
Com Simonia Fukue, mestre em Língua, Literatura e Cultura Japonesa (USP) com pesquisa sobre os elementos visuais do mangá. Especialista em Comunicação Áudiovisual (PUC-PR) e História da Arte do Século XX (EMBAP-PR), graduada em Superior Gravura (EMBAP-PR). Atualmente, é docente no curso de Jogos Digitais (FMU), pesquisadora, fotógrafa e ilustradora.

Japão e Brasil - migrações, conexões e cultura

19/7; 02/8 e 16/8, Quintas, 14h30 às 18h30.
R$ 80,00 / R$ 40,00 / R$ 24,00
Este curso tem como objetivo propor uma reflexão atenta sobre as conexões entre Brasil e Japão, provocando os participantes com imersões em incursões urbanas específicas que os coloquem frente a frente com alguns desses entrelaçamentos. O curso conta com três incursões em espaços japoneses e nipo-brasileiros, intercaladas com aulas e debates para promover a discussão com todos os participantes. Os locais a serem visitados são, respectivamente, o Vale dos Templos (Itapecerica da Serra, São Paulo), o Bairro da Liberdade (capital) e a Japan House (capital).
Com Victor Hugo Kebbe, doutor em Antropologia Social pela UFSCar; ex-fellow de Japanese Studies/Intellectual Exchange da Japan Foundation (Tóquio, Japão); pesquisador associado da Faculdade de Educação da Shizuoka University (Shizuoka, Japão); pesquisador associado do Nanzan Anthropological Institute e do Nanzan Institute for Religion and Culture (Nagoya, Japão); pesquisador membro do Japan Anthropology Workshops (Manchester, Inglaterra).

Fabulações do Japão: dança, artes visuais, mídias

23/07 a 24/07, Segunda e Terça, 14h às 19h
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00
Este seminário traz análises de experiências de fabulação da cultura japonesa e o modo como alguns artistas e pesquisadores têm lidado com isso em seus processos de criação. A proposta é, por um lado, escapar dos estereótipos que reduzem os processos de pesquisa aos habituais clichês - transitando entre samurais, gueixas, personagens de jogos, mangás e robôs de última geração. E, por outro, mergulhar em algumas dessas imagens, observando como se dá a percepção do outro aqui e lá, através de exemplos de performances, da publicidade, do cinema, que alimentam e, ao mesmo tempo, subvertem as regras do mercado global.

23/7
14h - Quando a dança fabula as imagens do Japão...
Com Marcelo Evelin, criador da Plataforma de Criação em Dança Demolition Incorporada - que nasceu em Nova York e está sediada em Teresina desde 2006 - entre outros projetos de criação realizados no Brasil e no exterior.
Com Alejandro Ahmed, diretor do Grupo Cena 11, desde 1993, uma companhia de dança dedicada à formação e pesquisa, com sede em Florianópolis.
Com Leticia Sekito, criadora da Companhia Flutuante, em 2003, em São Paulo. Dança contemporânea, aikidô e BMC são algumas das referências pesquisadas pela coreógrafa, além de representações do Japão nas artes visuais e mídias.

17h - Intervalo.

17h15 - Apontamentos sobre o livro “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado” do filósofo Kuniichi Uno.
Com Christine Greiner, professora livre-docente do Departamento de Linguagens do Corpo da PUC/SP. Ensina no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica e no curso de graduação em Artes do Corpo. Autora dos livros “Leituras do corpo no Japão” (2015) e “Fabulações do corpo japonês” (2017), entre outros.

18h - Lançamento da versão em português do livro “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado” do filósofo Kuniichi Uno, publicado pela editora n-1.

24/7
14h - Artes visuais e o fetiche do Japão.
Com Michiko Okano, curadora e professora de História da Arte da Ásia no campus Guarulhos da Unifesp. Autora do livro “Ma, entre-espaço da arte e comunicação no Japão” (ed.Annablume, 2012).
Com Madalena Hashimoto Cordaro, artista e professora livre-docente em Literatura e Arte Japonesa pela USP, ensina na Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicação e Artes. Autora dos livros “Pintura e Escrita do Mundo Flutuante” (ed. Hedra, 2002) e “A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX” (Edusp, 2017).
Com Gal Oppido, fotógrafo, arquiteto, músico e desenhista. Ensina Projeto Gráfico no IADÊ, Linguagem Visual na PUC-Campinas e Linguagem Fotográfica no MAM SP. Premiado no Brasil e no exterior, tem obras nos acervos do Masp, MAM, MIS e Museu Afro Brasil, dentre outros.

16h - Lançamento do livro “A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX”, de Madalena Hashimoto Cordaro.

16h30 - Imagens do Japão nas mídias e no cinema.
Tóquio no cinema contemporâneo.
Com Regiane Ishii, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP e produtora de conteúdo no programa educativo da Fundação Bienal de São Paulo.
A representação do outro na publicidade japonesa.
Com Marco Souza, doutor em Comunicação e Semiótica, autor do livro “Kuruma Ningyo e o corpo no teatro de animação japonês” (Annablume, 2005) e vice-coordenador do Centro de Estudos Orientais da PUC-SP.

Viagem ao Japão: fotografias de Cristiano Mascaro

28/7, Sábado, 15h às 17h.
R$15,00 / R$7,50 / R$4,50
O fotógrafo Cristiano Mascaro, especialista em retratar o universo urbano e a arquitetura das cidades, apresenta o trabalho de documentação fotográfica realizado na última década sobre diferentes cidades do Japão e, especialmente, o ensaio fotográfico produzido sobre a capital japonesa que resultou na publicação do livro Viagem a Tóquio.
Com Cristiano Mascaro, fotógrafo. Desenvolveu extenso trabalho de documentação de cidades no Brasil e no exterior. É mestre e doutor pela USP. Recebeu o Prêmio Especial de Fotografia Porto Seguro pelo conjunto da obra.

Programação de Agosto:

De como o Japão Inventou a Arte Moderna

8/8, quarta, das 14h30 às 17h
R$15,00 / R$7,50 / R$4,50
O período Edo (1603 - 1868) é o lugar do engajamento das experiências de lado a lado, fundamental para o entendimento das poéticas singulares que nasceram dessas aproximações. Os mercados foram fundamentais, tanto entre holandeses e japoneses, no século XVII, quanto entre japoneses e franceses, seguidos por outros países europeus, no XIX, quando sociedades mercantis criam uma nova classe e uma nova cultura, que rejeita certas tradições e abraçam o hedonismo. Nenhuma civilização glorificou o temporário, o interino, de modo tão eloquente quanto a cultura do mundo flutuante, que será abordada nessa palestra através de análises da gravura Ukiyo-e, produzida pelo Japão no período Edo, sendo um dos pontos de contato entre japoneses, holandeses e franceses, na formação de tecidos visuais inéditos.
Com Claudio Mubarac, desde 2004, é professor de desenho e gravura da ECA/USP, com dedicação exclusiva, na graduação e no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais, tendo obtido a livre-docência em 2010.  Como artista, tem trabalhos em acervos de vários museus e desde 2005 tem feito curadorias para diversas instituições no Brasil.

Introdução ao Caminho da Cerimônia do Chá (Chadô)

De 8 a 29/8, quartas, das 14h às 16h
R$50,00 / R$25,00 / R$15,00
Apresentação de uma visão geral da história do Chadô, bem como sobre alguns detalhes de seu cerimonial. Chadô, o caminho do chá, é uma cultura especial nascida no Japão no século XVI, e independentemente de raça ou cultura, pessoas de todo o mundo sentem-se fascinadas por esta arte.
Com Keiichiro (Sôichi) Hayashi, nascido em 1975 na província de Fukuoka (Japão).  Após a graduação na Universidade de Tóquio de Estudos Estrangeiros, interessou-se em estudar na Escola Profissionalizante de Cerimônia do Chá da Fundação Urasenke em Quioto, Japão.  Desde abril de 2014 exerce atividades de difusão desta arte como representante legal da Fundação Urasenke.

Canções do Sol Nascente

13/8, segunda, das 19h às 21h
Grátis
Camilo Carrara apresenta seus arranjos para canções tradicionais japonesas, abordando recursos musicais, como harmonização, contraponto, forma, improvisação, referências estéticas e histórias sobre o processo de realização do CD - primeiro trabalho do gênero produzido no Brasil e amplamente elogiado pela crítica especializada por apresentar o cancioneiro nipônico em arranjos para violão solo.
Com Camilo Carrara, diretor e produtor musical, violonista, multi-instrumentista, arranjador, compositor e professor, atua no cenário musical fazendo a ponte entre os universos da música erudita e popular.

Brasilidades leste-asiáticas: representações, interseccionalidades e geopolítica

20/8 a 5/9, segundas e quartas, das 14h30 às 17h30
R$80,00 / R$40,00 / R$24,00
O ciclo de palestras “Brasilidades Leste-Asiáticas” tem como objetivo refletir sobre a as representações culturais da Ásia no Brasil, principalmente a dos países do Extremo Oriente (China, Taiwan, Japão, Okinawa, Coreia do Sul e Coreia do Norte). Essas representações alimentam o imaginário a partir do qual acontecem os processos de identificação de sujeitos descendentes da diáspora asiática no país, frequentemente interpelados por uma alteridade radical.
Com Vitoru Kinjo, cantor, compositor e pesquisador. Doutor em Ciências Sociais e mestre em Sociologia pela Unicamp. Co-fundador da SAMAUMA Residência Artística Rural, lançou seu primeiro disco KINJO em 2017 pelo selo Matraca Records/YB Music.
Com Carolina Ricca Lee, artista interdisciplinar e fundadora da Lótus, coletivo feminista e centro de pesquisa na urgência de promover visibilidade, representatividade e inclusão de mulheres brasileiras de ascendência asiática na agenda feminista. Representou o movimento feminista asia?tico em diversos eventos.
Com Laís Miwa Higa, mestra em Antropologia Social pela USP, doutoranda em Antropologia Social pela mesma Universidade. Pesquisadora do NUMAS-USP e do Núcleo de Etnohistória da USP.
Com Alexandre Uehara, doutor em Ciência Política pela USP. Foi pesquisador visitante na Universidade Keio (1993) e na Universidade Sophia (1999-2000). Membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional/USP; Pesquisador Senior do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da USP, onde coordena o Grupo de Estudos sobre Ásia (GEASIA).
Com Shu Changsheng, doutor em História pela UFF (2002). Professor em Literatura Moderna Chinesa do DLO/FFLCH/USP. Autor do livro "A História da China Popular do Século XX"Editora FGV, 2011.
Com Rodrygo Tanaka, mestre e doutorando pela USP, trabalha hoje com ensino e tradução da língua japonesa. Convergindo as suas atividades como pesquisador, educador e indivíduo LGBT, criou em 2015 a página Asiáticos pela Diversidade para tentar oferecer mais visibilidade à comunidade asiática LGBT e no ano de 2017 fundou o Grupo de Estudos Asiáticos pela Diversidade.
Com Julia Katharine, atriz, roteirista e realizadora. Recentemente dirigiu seu primeiro curta metragem "Tea For Two" e ganhou o prêmio Helena Ignez na Mostra Tiradentes de Cinema em 2018.
Com Samara Konno, mestra em Estudos Culturais pela USP.  Pesquisadora LEER-USP, onde trabalha com a temática do Holocausto. Também desenvolve pesquisa sobre imigração, etnicidade, Okinawa, Japão e religião.
Com Gabriela Shimabuko, estudante de graduação em Ciências Sociais da Unesp Araraquara, colaboradora do Blog Outra Coluna e idealizadora do projeto Perigo Amarelo.
Com Leonardo Hwan, formado em Cinema pela FAAP, dirigiu curtas-metragens e webséries e é um dos criadores do canal de youtube, Yo Ban Boo.
Com Ing Lee, artista plástica, filha de pai norte-coreano e mãe brasileira. Graduanda do curso de Artes Visuais pela UFMG, seu trabalho e pesquisa gira em torno de sua identidade e influências da cultura de massas japonesa, além de elementos fundindo a Coreia do Norte, o kitsch e o ciborgue pós-industrial.

Antiniponismo nos anos 40 e a Shindo Renmei

24/8, sexta, das 15h às 18h
R$15,00 / R$7,50 / R$4,50
O filme "Corações Sujos" (2011, 107 min.), de Vicente Amorim, baseado no livro homônimo de autoria de Fernando Morais, apresenta um aspecto da trajetória dos imigrantes japoneses no Brasil que surpreende e incomoda. Como explicar que pessoas consideradas trabalhadoras e organizadas, como os japoneses, pudessem tomar atitudes tão radicais como as que aparecem no filme? A história do Japão e do Brasil nos anos 1930 ajuda a entender o clima que envolve as personagens do filme. E especificamente, as profundas mudanças na vida dos imigrantes japoneses naquela época. A exibição do filme será seguida de um debate.
Com Celia Sakurai, pesquisadora da história da imigração japonesa no Brasil. Bacharel em História e Ciências Sociais pela USP e doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP.

*As inscrições para as atividades de Julho abrem no dia 27/6, às 14h.
**As inscrições para as atividades de Agosto abrem no dia 26/7 às 14h.