(Foto: Sesc)
“Nos prometeram a Copa do dinheiro privado, nós estamos fazendo a Copa do dinheiro público. Nos prometeram legado para as cidades, não vai ter legado em nenhuma cidade. Vão ter 12 estádios novos, dos quais seis elefantes brancos. Seis estádios onde você não vai ter ocupação, exatamente como se deu na África do Sul”, critica o colunista esportivo Juca Kfouri, durante o Em Primeira Pessoa realizado no Centro de Pesquisa e Formação, em 15 de abril de 2014.
Formado em Ciências Sociais pela USP, ele conta que quando entrou na faculdade em 1970 pensou em escrever uma tese de mestrado ou doutorado para mostrar que o futebol não era motivo de alienação e nem era o ópio do povo, mas sim fator de integração. Mesmo mantendo essa opinião, hoje em dia Juca Kfouri questiona não só as decisões políticas e econômicas que envolveram a realização da Copa do Mundo no Brasil mas também a atual estrutura que organiza o futebol brasileiro.
"A superestrutura do futebol é profundamente reacionária, avessa a qualquer mudança, profundamente corruptora e corrompida. E tomou de assalto essa terra de ninguém. O poder de sedução do cartola esportivo é uma coisa que a gente não é capaz de imaginar. É um mundo à parte", afirma.
Para quem ficou curioso, selecionamos alguns momentos do bate-papo com o Juca Kfouri de acordo com os temas abordados por ele. Ah, mas você queria ouvir tudo? Também é possível! Depois dos pequenos trechos, tem o áudio completo no fim dessa matéria. É só apertar o play:
“Era proibido torcer pelo Brasil”
Copa do Mundo e o legado na cidade
Brasil: exportador de “pé-de-obra”
Manifestações
“Quem tortura não merece a menor consideração”
“O futebol vai ser a última coisa a mudar no Brasil”
Áudio completo do bate-papo com Juca Kfouri:
