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Ser tão grande: Guimarães Rosa em debate
Em Debate: Os Sertões de Guimarães Rosa

Ser tão grande: Guimarães Rosa em debate

Neste ano de 2018 celebram-se os 110 anos do nascimento de um dos maiores expoentes da terceira fase do modernismo brasileiro. Formado em medicina, foi nas letras que o mineiro de Codisburgo, João Guimarães Rosa, ganhou notoriedade ao retratar de forma impar o sertão de Minas Gerais.

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc propõe, nos meses de novembro e dezembro, uma reflexão sobre a produção deste grande autor brasileiro e colocar em debate sua literatura, seu engajamento político social, a geografia e misticismo de se seu sertão.

Seus contos e romances representam um regionalismo completamente diferente daquele experimentado pela literatura até então, porque, como disse Antonio Candido nos seus Textos de Intervenção, “não existe região igual à sua, criada livremente pelo autor com elementos caçados analiticamente e, depois sintetizados na ecologia belíssima das suas histórias”. Seu regional é único porque  é universal. Ao vestir as lentes de Guimarães, todo leitor sente-se um pouco Miguilim: enxerga um sertão novo, lindo e diferente.

Na linguagem transcendente e conscientemente trabalhada, o autor narra a subjetividade das personagens, os sentimentos humanos articulando-os à paisagem e à geografia do sertão. O território de Miguilim e Riobaldo vira o sertão de cada um, porque nos reconhecemos nos destinos e acasos das personagens  do regionalismo fantástico de Guimarães Rosa.

Em sua trajetória como escritor, Guimarães publicou oito livros – entre contos, novelas e romances – em vida e teve outros três publicados após sua morte. Ironicamente, Guimarães morreria três dias após assumir a cadeira numero dois da Academia Brasileira de Letras, a qual resistiu por longo tempo em aceitar temendo que a imortalidade lhe tirasse a vida.

Parafraseando o próprio autor, poderíamos dizer que este é o modo de Guimarães Rosa. Nasceu para não ter homem igual em seus gostos.